Fafá de Belém sobre Réveillon: “Este ano a virada será pensando no mundo”

Entrevistamos a cantora e paraense Fafá de Belém e conversamos sobre fé, pandemia e muito mais! Confira aqui.

Márcio Gomes | 31 de Dezembro de 2020 às 17:30

Divulgação/Globo -

Uma cerimônia pequena, intimista e com a família. Assim será o Réveillon de Fafá de Belém, que na virada do ano irá pedir saúde, felicidade, amor, solidariedade e fraternidade.

“Este ano será uma virada pensando no mundo. O nosso umbigo será gigantesco, não acaba no nosso corpo. Será um umbigo da terra, pedindo que ela seja mais saudável, que as pessoas sejam mais felizes e que esta pandemia acabe”, conta a cantora, que não vai deixar de comprar as suas romãs e lentilhas. “E, se Deus quiser, ainda vou pular as minhas sete ondas”.

Em casa e seguindo à risca o isolamento social, Fafá tem aproveitado os dias da quarentena para refletir sobre a vida e, também, colocar a criatividade para funcionar no trabalho ao fazer as suas lives.  

“Quem não mergulhou de cabeça neste mundo da pandemia, de rever os seus princípios, a sua transparência, os que se consideram os sabichões, os arrogantes, não vão aprender mais nada na vida. Mas tem sido um período criativo, de muitas reflexões. Acho que a maneira de ver a vida se alinhou do quanto é fundamental a solidariedade”, diz.


E completa: “Neste período já fiz muito café, bolo e outros. Sempre cozinhei. Porém, na quarentena tenho trabalhado muito. Fiz a minha última live no dia 23, a de Natal, junto com a minha filha Mariana e as minhas netas Julia e Laura, além de toda a minha equipe que se formou a partir de uma possibilidade quase que improvável: a de se trabalhar no ano de 2020”.

Noveleira

Além dos palcos, das canções inesquecíveis, com várias canções presentes em trilhas de diversas novelas, Fafá de Belém está de volta à TV com a reprise especial de “A Força do Querer”. Na trama, ela dá vida à cantora Almerinda, uma mulher exuberante e que larga tudo para correr atrás dos seus objetivos.

“A Almerinda é uma mulher que foi atrás do seu sonho. E quando voltou encontrou a vida destruída pela raiva ou excesso de amor. Ou até pelo machismo de Abel (Tonico Pereira), pai de seu filho, Zeca (Marco Pigossi). Ela é uma mulher de personalidade muito forte”, conta.

Fã do trabalho de Gloria Perez, autora da trama do horário nobre, Fafá conta que a novelista a procurou quando ainda estava escrevendo a sinopse do folhetim. 

“Ela me ligou porque precisava de informações relativas ao Pará. Eu sou de Belém e ela é do Acre. Embora as pessoas achem que a Amazônia é toda igual, ela não é! Nós temos hábitos diferentes, somos uma região que é um país, um continente das águas. Então, a Gloria me ligou para tirar algumas dúvidas. Mandei livros como referência, como um de vocabulário, sobre o ‘paraensês’, do Raymundo Mario Sobral. A cada dúvida dela, embora houvesse muita pesquisa, nós nos falávamos. Mas eu nunca imaginei que depois disso, eu ganharia uma personagem! (Risos)”, fala.

Com vontade de fazer mais novelas, Fafá afirma que espera por novos convites.

“Amei trabalhar com atores que sou fã como o Tonico Pereira. Fiquei amiga de Maria Fernanda Cândido e da Elizangela. Estou aguardando o convite. Irei linda, como loura, paraense, cabocla… Ou, também, posso ir como portuguesa (risos)”, brinca.

Com 45 anos de carreira e noveleira assumida, a cantora fala que alcançou o sucesso após ter a música “Filho da Bahia”, de Walter Queiroz, na trilha sonora de “Gabriela” e não parou mais de emplacar hits que embalam gerações.

“Eu saí de Belém e, como todo mundo sabe, nunca pensei em ser cantora, apesar de sempre gostar de cantar. Cada vez mais, eu acho que a música foi o caminho para me colocar no mundo. Minha amiga mais antiga. E eu sou noveleira assumida, desde ‘Beto Rockfeller’, ‘O Direito de Nascer’… Sou noveleira mesmo, desde criança”, enfatiza.

Para 2021, o desejo é de um ano melhor e com toda a população vacinada.

“Eu espero que daqui a pouco estejamos todos vacinados para podermos nos abraçar, para perdermos o medo de manifestar o afeto e o carinho da forma que nós latinos fazemos”, finaliza.