10 erros comuns na hora de lavar as mãos

Lavar as mãos de forma inadequada pode deixá-lo suscetível a germes. Certifique-se de não cometer erros comuns na lavagem das mãos.

Elen Ribera | 10 de Maio de 2020 às 16:00

Jirsak/iStock -

Os pais sempre dizem, e eles estão certos: lavar as mãos pode evitar doenças. A prática é importante para eliminar bactérias ruins, como E. coli e salmonela, ambas causadoras de intoxicação alimentar. Além disso, lavar as mãos corretamente ajuda a evitar resfriados e gripes, além de eliminar o Sars-Cov-2, vírus causador da covid-19.

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Estudos apontam que a lavagem das mãos feita de forma correta é capaz de reduzir cerca de 20% das doenças respiratórias na população em geral. E com o novo coronavírus a situação não é diferente; a higienização das mãos é uma das principais formas de se evitar a contaminação pelo vírus. Sendo assim, ao não lavar as mãos adequadamente, você estará se colocando em risco. Portanto, não cometa os seguintes erros:

1. Lavar por tempo insuficiente

Um estudo da Michigan State University (MSU), publicado no Journal of Environmental Health, descobriu que 95% das pessoas não lavam as mãos por tempo suficiente para matar efetivamente os germes – são menos de 20 segundos de lavagem com água e sabão, de acordo com os Centros para Controle de Doenças e Prevenção. “Pedimos a crianças e adultos que cantem a música ‘Parabéns pra você’ duas vezes”, diz a Dra. Roshini Raj, professora do Departamento de Medicina da NYU Langone Health. O tempo médio de lavagem das mãos era de apenas seis segundos, de acordo com o estudo da MSU. Além disso, 15% dos homens e 7% das mulheres não lavaram as mãos depois de usar o banheiro.

2. Deixar de lavar os dedos

Se você apenas esfregar sabão entre as palmas das mãos e enxágua, suas mãos provavelmente ainda estarão sujas. “Os germes gostam de se esconder embaixo das unhas e entre os dedos. Sendo assim, você deve esfregar essas áreas toda vez que lavar as mãos”, esclarece a Dra. Raj. Esfregue vigorosamente para obter uma boa espuma – o atrito é essencial para eliminar a sujeira e os micróbios da pele.

3. Não secar bem

Secar as mãos adequadamente é tão importante quanto lavar as mãos. (Imagem: Iurii Maksymiv/iStock)

As técnicas de lavagem das mãos mais eficientes são inúteis se você não as secar corretamente. Os germes gostam de se reproduzir com a umidade, afirma a Dra. Roshini Raj. Sair do banheiro com as mãos ainda úmidas pode facilitar a coleta de micróbios na próxima superfície em que você tocar. Se você tiver a opção de toalhas de papel ou sopradores de ar, escolha as toalhas de papel. Em uma revisão de estudos sobre lavagem das mãos, datada da década de 1970, os pesquisadores concluíram que as toalhas de papel são superiores aos secadores para secar as mãos adequadamente (a revisão foi publicada na Mayo Clinic Proceedings). Se os sopradores forem sua única opção, fique tempo suficiente com as mãos sob o ar que sopra até que estejam completamente secas, mesmo que demore um pouco.

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4. Lavar somente depois de usar o banheiro

Sempre que você toca em uma superfície pública – botões de elevador, maçaneta, caixa eletrônico ou poste de metrô – você corre o risco de pegar germes ou bactérias. “A maioria das pessoas sabe que deve lavar as mãos depois de ir ao banheiro, mas você também deve lavá-las periodicamente durante todo o dia, especialmente durante pandemias”, diz a Dra. Raj. Para momentos em que isso não é possível, guarde um frasco de álcool em gel na bolsa ou na gaveta da mesa de trabalho.

5. Usar água quente

Apesar da crença generalizada de que há necessidade de água quente para matar os germes da mão, água morna ou mesmo fria também fará o trabalho. Dra. Roshini Raj observa que, embora tenha sido comprovado que o calor mata bactérias, você precisa usar água fervente a uma temperatura de cerca de 100 °C para haver uma redução significativa de patógenos. 

6. Usar apenas um desinfetante para as mãos

Se o seu desinfetante para as mãos é à base de álcool, ele pode remover e inativar muitos tipos de micróbios de maneira eficaz, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA. Mas tem seus limites, alerta a organização, como não conseguir eliminar todos os tipos de germes ou substâncias químicas nocivas. Além disso, muitas pessoas usam álcool em gel incorretamente, pois não usam quantidade suficientemente grande para desinfetar as mãos. E também não esperam que ele tenha tempo de secar. Água e sabão são a melhor opção para combater patógenos como o novo coronavírus e o Clostridium difficile, uma bactéria que pode causar diarreia ou inflamação do cólon com risco de vida.

7. Tocar outras superfícies imediatamente após lavar as mãos

É importante secar bem as mãos após lavá-las e utilizar um papel para abrir e fechar superfícies. (Imagem: dolgachov/iStock)

Nada estraga suas mãos limpas mais do que tocar outras superfícies logo depois de lavá-las. O grupo de saúde pública e segurança NSF International (National Sanitation Foundation) relata que seus cientistas encontraram bactérias coliformes – uma família que inclui E. coli e salmonela – em 75% das esponjas e roupas, 45% das pias de cozinha, 32% das bancadas e 18% das tábuas de carne. O banheiro também era problemático: 9% das torneiras e 27% dos porta-escovas tinham traços das bactérias. Como superfícies úmidas são criadouros de germes, é melhor fechar a torneira e abrir a porta em um banheiro público com uma toalha de papel para manter as mãos limpas.

8. Deixar de enxaguar o sabonete em barra antes de cada uso

Organismos patogênicos podem se esconder no sabonete em barra durante e após o uso, de acordo com estudo do CDC. Patógenos como bactérias e vírus podem viver por várias horas com sabão úmido, diz Elaine L. Larson, RN, PhD, Professora da Escola de Enfermagem, e Anna C. Maxwell, Professora de Epidemiologia na Mailman School of Public Health, Universidade Columbia. Mas há uma solução fácil, ela ressalta: “Evite colocar sabão em barra em um recipiente no qual ficará úmido”. Larson também aconselha enxaguar a barra com água corrente antes de usá-la. “Os germes geralmente são levados pelo ralo, tornando-o seguro para uso”.

9. Achar que o sabão antibacteriano é melhor que o sabão comum

Poucas evidências mostram que o sabão antibacteriano é melhor na prevenção de doenças e na propagação de infecções, de acordo com a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA. O órgão declarou que os produtos de lavagem antisséptica (incluindo líquidos, espuma, sabonetes líquidos, sabonetes em barra e produtos para o corpo) rotulados como “antibacterianos”, com ingredientes como o triclosan, não estarão mais no mercado, uma vez que os fabricantes não comprovaram a eficácia ou a segurança do uso desses ingredientes por um longo período de tempo. Alguns estudos mostraram que o triclosan pode aumentar a resistência a antibióticos. O FDA está pedindo aos fabricantes que alterem as fórmulas de seus produtos que contenham ou eles não estarão mais disponíveis para os consumidores.

10. Não recarregar o dispensador de sabão líquido com refil

Você pode pensar que os dispensadores de sabão líquido no banheiro são inofensivos, mas um pequeno estudo de 2011 publicado na revista Applied and Environmental Microbiology descobriu que, em um banheiro de escola, dispensadores de sabão recarregados a partir de uma grande garrafa de sabão líquido podem transmitir bactérias para as suas mãos, em comparação com os dispensadores de sabão que foram substituídos por um refil selado. Se você está cansado do sabão de banheiro público, leve um recipiente com sabão com você.

Publicado originalmente em Rd.com por Alyssa Jung e Ashley Lewis

Como lavar as mãos corretamente

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), lavar as mãos é um dos principais instrumentos contra epidemias. Através desse ato simples é possível manter você e os outros seguros enquanto aguarda a vacinação contra a covid-19.