Crivella reavalia planos de reserva de areia da praia por aplicativo no Rio de Janeiro

Dias depois do anúncio da proposta de reserva de areia da praia por aplicativo, prefeitura do Rio de Janeiro reavalia a decisão.

Amanda Santos | 16 de Agosto de 2020 às 14:00

marchello74/iStock -

Os cariocas saudosos de pegar sol nas areias das praias do Rio vão ter que esperar mais um pouco. A proposta de reserva de areia da praia por aplicativo, anunciada no fim de julho, será reavaliada pela prefeitura.

O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) anunciou que a medida será reanalisada devido a “confusões e controvérsias” geradas pela ideia.

Em nota, a prefeitura informou que Crivella tem ouvido observações e críticas sobre o assunto e que o melhor encaminhamento está sendo estudado internamente. Além disso, a possibilidade de uma consulta popular não foi descartada.

Leia também: Covid-19: 10 lugares reabertos que talvez nunca sejam limpos o suficiente

Reserva de areia da praia: entenda a proposta

Com o intuito de garantir o distanciamento e evitar aglomerações devido a pandemia do novo coronavírus, Crivella anunciou que a praia de Copacabana, na zona sul do Rio, seria a primeira a testar o aplicativo de marcação de lugar na areia.

O anúncio de Copacabana como piloto da iniciativa foi feito por Crivella e o superintendente de educação e projetos da Vigilância Sanitária, Flávio Graça, na segunda-feira (10). Porém, a data para a implementação da proposta não chegou a ser divulgada.

Prefeitura do Rio anuncia nova fase 5 da flexibilização. (Imagem: Nelson Perez/Prefeitura do Rio)

“A preocupação do prefeito é buscar a melhor forma de evitar aglomerações. Por mais que a fiscalização entre em campo, a prefeitura não tem condições de fiscalizar todas as praias”, diz trecho da nota do governo.

O projeto piloto começaria em dias de semana, quando há menor fluxo de pessoas. Além disso, previa marcações de quadrantes com fitas ao longo da praia, que poderiam ser ocupados por meio de agendamento, além de corredores para o acesso dos ambulantes.

Leia também: COVID-19: o novo coronavírus pode resistir à alta umidade e ao calor

Especialistas apontam possíveis riscos de contaminação

A ideia da prefeitura carioca gerou críticas de especialistas. Segundo o biomédico virologista do IBMR (Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação) Raphael Rangel, há risco de transmissão do vírus.

De acordo com Rangel, em um grupo de pessoas assintomáticas, por mais que elas estejam distantes, o vírus pode ficar disperso naquela região da praia e, com isso, ocorrer a contaminação.

Segundo especialista, partículas do vírus podem permanecer no ar. (Imagem: Beo88/iStock)

“A proposta é uma alternativa mediante a atitude irresponsável de liberarem as praias neste momento. A praia é classicamente um lugar de aglomeração. Como você vai garantir que uma pessoa consiga utilizar máscara debaixo de um sol de 35º C a 40º C? A pessoa pode até mesmo passar mal por utilizar máscara em um calor desses”, afirmou.

WALESKA BORGES/FOLHAPRESS