Resfriados comuns podem gerar imunidade ao coronavírus, diz estudo

Artigo publicado na revista Science sugere que pessoas que já contraíram resfriados comuns decorrentes de algum tipo de coronavírus podem ser imunes à covid

Marina Estevão | 14 de Agosto de 2020 às 15:00

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Pessoas que já contraíram resfriados comuns decorrentes de algum tipo de coronavírus podem criar imunidade contra o SARS-CoV-2. É o que diz um artigo publicado na revista Science, veiculado no dia 4 de agosto de 2020.

O estudo foi liderado pelo colombiano pós-doutorado Jose Mateus, que pertence ao La Jolla Institute for Immunology, localizado na Califórnia, EUA.

Segundo o artigo, resfriados provocados por coronavírus dos tipos HCoV-OC43, HCoV-229E, HCoV-NL63 ou HCoV-HKU1 geram uma espécie de defesa chamada de Células T, que possuem imunidade contra o SARS-Cov-2.

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Essas células imunológicas reconhecem, inclusive, a proteína chamada “Spike”, responsável por invadir células humanas.

Quando um indivíduo contrai algum desses tipos de resfriado, o corpo cria anticorpos para combatê-la, e elas permanecem no organismo até mesmo depois da cura. Se houver uma segunda contaminação, essa proteção pode ser ativada novamente.

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Os testes foram feitos nos Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Cingapura e Reino Unido. Eles demonstraram que esses tipos de coronavírus, que circulam entre a maioria da população, são responsáveis por sintomas respiratórios leves.

Ainda que os estudos sejam apenas especulativos, isso poderia explicar o motivo de 20% a 50% da população que já contraiu algum tipo de coronavírus ter uma resposta imunológica melhor a Covid-19, mesmo sem ter contraído o vírus especificamente.

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Essa pode ser uma hipótese de comportamentos tão distintos da doença em pessoas com mesma faixa etária e em condições de saúde semelhantes. Porém, segundo o estudo, ainda existem muitas incertezas acerca da imunidade contra a Covid-19.