Vacina da China para Covid-19 é segura? Veja o que diz a ciência

Vacina chinesa CoronaVac é apontada como a candidata mais segura na luta contra a Covid-19. Saiba como anda a corrida por uma vacina viável.

Paula Vieira | 30 de Outubro de 2020 às 09:00

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A corrida pela descoberta de uma vacina eficiente contra o novo coronavírus segue a todo vapor ao redor do mundo. De acordo com o balanço mais recente da Organização Mundial de Saúde (OMS), 179 pesquisas estão em desenvolvimento, e das 44 em testes, 10 estão na última fase.

Neste momento, a chinesa CoronaVac é apontada como a candidata mais segura. Desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a vacina foi testada em 50 mil pessoas na China durante o mês de setembro, e teve resultado de 94,7% de segurança e 98% de eficácia.

Cientistas correm contra o tempo para descobrirem resposta imune ao novo coronavírus
(Imagem: Manjurul Istock)

No Brasil, os testes da fase 3 da CoronaVac começaram ainda em julho, em São Paulo, e segundo o governador João Dória, não houve registro de reações graves entre os mais de 5,6 mil voluntários que já receberam a medicação. Inclusive, a candidata induziu uma reação imunológica positiva contra o novo coronavírus.

No entanto, houve índice de 5,36% de graus adversos, com relato de reações como dor, fadiga leve, coceira e inchaço no local da aplicação, mas o número é considerado baixo por especialistas.

Quais são outras 9 vacinas na Fase 3 de teste em humanos?

Além da Coronavac, a China tem mais quatro imunizantes em experimentação, e é seguida por Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Rússia, que também estão em estágio avançado nas pesquisas com vacinas. Veja o que se sabe até agora sobre cada uma delas:

AZD1222

Conhecida por aqui como a vacina de Oxford, a AZD122 é o imunizante que está sendo testado em humanos há mais tempo. Nela, é usado um adenovírus que afeta chimpanzés para levar o RNA do novo coronavírus (Sars-Cov-2) para dentro do corpo humano.

A vacina foi a primeira a ser testada no Brasil, com 5 mil voluntários em três estados. Caso seja aprovada na Fase 3, o Ministério da Saúde deve distribuir milhões de doses já em janeiro de 2021.

Sputnik V

A vacina russa Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya não registrou efeitos adversos e induziu resposta imune nos voluntários testados, de acordo com o estudo mais recente publicado pela revista científica “The Lancet”.

Entretanto, os cientistas responsáveis pela vacina alertaram sobre a necessidade de mais avaliações para comprovar sua eficácia. Ainda assim, o governo da Rússia autorizou produção em grande escala do imunizante, o que gerou críticas internacionais.

Cientistas alertam para a necessidade de novos testes da vacina russa Sputnik V
(Imagem: juststock/iStock)

BNT162

Desenvolvida através de uma parceria entre a farmacêutica norte-americana Pfizer e a empresa de biotecnologia BioNTech, da Alemanha, a vacina BNT162 utiliza o mRNA para codificar proteínas virais. Ela está sendo testada no Brasil desde o início de agosto, após um estudo apontar que é segura e capaz de gerar resposta imunológica contra o vírus.

Sinopharm

Criada pela farmacêutica chinesa Sinopharm, junto ao Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan, a vacina está prevista para ficar pronta até o final de 2020, e será testada no Brasil em acordo com o governo do Paraná.

A empresa também tem parceria com o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim para o desenvolvimento de uma segunda candidata, que utiliza vírus inativado. Até o momento, ela foi testada em 5 mil voluntários na China e em mais 5 mil nos Emirados Árabes.

mRNA1273

Desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Moderna com o apoio do governo dos EUA, a vacina mRNA1273 foi criada a partir do RNA do mensageiro, que introduz no ser humano parte do código genético da proteína S do vírus.

Desta forma, o corpo “aprende” a se defender contra uma futura infecção. A vacina recebeu autorização especial da agência de vigilância sanitária dos EUA, para que pesquisadores avancem rapidamente para as últimas fases da pesquisa.

Ad5-nCov

Uma das quatro testadas no Brasil, a vacina chinesa Ad5-nCov, desenvolvida pela CanSino Biological, passou por um estudo com 500 voluntários e mostrou-se eficaz na criação de anticorpos.

Apesar de os resultados das pesquisas feitas por cientistas ainda não terem sido divulgados, o governo da China concedeu a primeira patente à CanSino, dando a empresa a propriedade sobre a vacina e o direito de venda.

Ainda existe a expectativa de que seja aprovado um imunizante contra a Covid-19 até 2021

Ad26 SARS-COV-2

Desenvolvida pela norte-americana Janssen Pharmaceutical, a vacina Ad26 SARS-COV-2 foi autorizada pela Anvisa para ser testada em brasileiros, e também está em fase final de pesquisa. Entretanto, ainda não há informações detalhadas sobre qual será o instituto responsável pela seleção de voluntários e aplicação da vacina.

NVX-CoV2373

Também produzida nos Estados Unidos, a NVX-CoV2373, da empresa de biotecnologia Novavax, precisa ser aplicada em duas doses. De acordo com a entidade, a primeira fase de teste da vacina apresentou uma resposta positiva em relação ao desenvolvimento de anticorpos e não gerou grandes reações adversas entre os 131 voluntários que participaram.


Atenção:
Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico e evite a automedicação.