Amazon aposta no Brasil para estrear dia de descontos na América do Sul

Em outubro, a grande rede de ecommerce fará o seu dia de descontos. Entenda como a América Latina tornou-se um mercado promissor.

Thaís Garcez | 29 de Setembro de 2020 às 20:00

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A Amazon aposta no Brasil para lançar seu principal dia de descontos, o chamado Prime Day, na América do Sul. Apesar de já ser comum no comércio americano, o evento só acontecia no México entre os países da América Latina até agora.

Marcado para os dias 13 e 14 de outubro, o programa oferece descontos em mais de 15 mil produtos de diversas categorias; além dos parceiros que vendem no marketplace da gigante do comércio eletrônico. Os descontos, contudo, dependem de anunciantes, mas grande parte deve girar em torno de 30%.

Como será o dia de descontos

A Amazon faz o evento de promoções cerca de um mês antes da Black Friday; uma das principais datas do ano para o comércio no Brasil. Comum em julho, a data de ofertas foi adiada devido à pandemia, e acontece simultaneamente em 19 países, sendo Brasil e Turquia os estreantes.

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Clientes Prime, que assinam um plano que fornece frete e acesso a alguns livros e ao catálogo de filmes e séries do streaming da empresa, dispõem de preços mais baixos para os dispositivos eletrônicos da Amazon (como tablets ou auxiliares domésticos com o sistema inteligente Alexa).

Parceiros que ofertam seus produtos na plataforma de ecommerce também colocarão produtos à venda com descontos. Aliás, a empresa abriga várias categoria em seu espaço online: informática, brinquedos, casa, bebidas, vestuário e acessórios, pet, beleza, música e livros.

Foco na expansão nacional

Desde que abriu o primeiro grande centro de distribuição no Brasil, em janeiro de 2019, a companhia americana colocou o país na rota de sucessivos investimentos, com anúncio de planos de assinatura e outros quatros centros de estoques e distribuição.

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A empresa diz que nos últimos meses de pandemia contratou centenas de funcionários. Inclusive, cerca de 150 entraram na empresa nos últimos meses. No escritório central, em São Paulo, há mais de cem vagas. Também há vagas nos centros de distribuição, que somam centenas, segundo a empresa.

Amazon Brasil em franco crescimento

A companhia de Jeff Bezos, homem mais rico do mundo, que chegou a uma riqueza US$ 200 bilhões durante a crise de Covid-19, entretanto, não abre números específicos sobre cada país.

O Brasil, no entanto, teve a maior adesão ao plano de assinatura na consideração dos primeiros 12 meses após o lançamento. De acordo com Alex Szapiro, presidente no Brasil, o gráfico de adoção no país é uma reta para cima.

“Temos plano de entregas cada vez mais rápidas no país. Quando lançamos o Prime [plano de assinatura de R$ 9,90] há um ano, entregávamos a cem cidades em dois dias; hoje, são 400”, afirma Szapiro.

A empresa não costuma falar de macroeconomia, então não diz se o auxílio emergencial trouxe mais assinaturas do serviço de frete grátis, mas afirma que esses clientes estão em 95% dos municípios do Brasil. No mundo, são mais de 150 milhões de assinantes.

Os reflexos da pandemia

A pandemia forçou algumas adequações na oferta de produtos, como a prioridade a itens básicos, pois foi preciso dar conta da demanda gerada pelos consumidores que ficaram em casa desde março.

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Diferentemente de empresas que protelam investimentos, a Amazon, na condição de uma das companhias mais valiosas do mundo, os adiantou.

“A pandemia não alterou planos. O que estamos fazendo é antecipar. Investimentos que faríamos no ano um, dois ou três, estamos fazendo mais cedo. Além disso, temos meta de cumprir mais de 98% da promessa de entrega”, afirma o presidente.

Aliás, durante a pandemia, a Amazon registrou o maior lucro líquido trimestral de sua história, com US$ 5,2 bilhões (R$ 26,83 bilhões) no segundo trimestre, o dobro em relação ao mesmo período de 2019.

A gigante do ecommerce teve um salto de 40% nas vendas, com receita líquida de US$ 89 bilhões (R$ 459,2 bilhões) entre abril e junho, período marcado pelo isolamento social em decorrência da pandemia de Covid-19.

POR PAULA SOPRANA/FOLHAPRESS