Influenciadoras digitais acima dos 70 mostram seus corpos e estilos de vida

Conheça as influenciadoras digitais da terceira idade, que falam dos mais variados assuntos, desde sexo, passando por receitas até jogos.

William Bastos | 3 de Setembro de 2020 às 09:00

Elas não têm corpos sarados, não frequentam festas badaladas, nem colecionam amigos famosos. Ainda assim, elas estão bombando nas redes sociais. Influenciadoras digitais, com milhares de seguidores, elas são mulheres que já chegaram à terceira idade e resolveram compartilhar seus estilos e experiências on-line.

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As motivações são diversas: influência da família, busca por maior autoestima e até por acidente ou brincadeira mesmo.

Dirce Ferreira, mais conhecida como dona Dirce, de 73 anos, conta que não tinha nem familiaridade com a internet. Por outro lado, tinha curiosidade de sobra.

“Como gosto de orquídeas, eu comecei a comprar, ganhar e a entrar nas redes sociais para saber coisas sobre orquídeas… então comecei a mexer mais e mais com isso.”

Dona Dirce, que é enfermeira aposentada e viúva, trabalha no salão de festas da família, além de fazer alguns trabalhos com costura. Apesar disso, ela também tem investido na carreira de influenciadora digital.

Maria Sueli Gomes Rodrigues, 71, conhecida como Sueli Rodrigues, começou a “brincar” nas redes sociais após o incentivo de uma amiga. Ela tinha acabado de vencer um câncer no estômago e, portanto, emagrecido em torno de dez quilos.

Sueli Rodrigues venceu o câncer e hoje tem uma conta com mais de 24 mil “seguimores”

“Eu estava mais magra, então comecei a comprar roupas, e minha amiga veio com essa ideia de fazer um blog. Eu falei ‘sou velha, tem tanta mulher gostosa, maravilhosa postando’, mas ela me convenceu”, conta Sueli, que tem aproximadamente 24 mil “seguimores”.

Terceira idade no YouTube

O YouTube também tem canais feitos por influenciadoras digitais com mais de 60 anos, como o Avós da Razão.

Nele, as amigas Gilda Bandeira de Mello, 78, Sônia Bonetti, 82, e Helena Wiechmann, 92, respondem perguntas de seguidores e debatem sobre política, sexualidade, feminismo, e garantem que a maior parte das dúvidas não vêm de idosos, mas de seguidores jovens.

“Eles perguntam tudo e nós respondemos tudo. Como era nosso tempo de moça, se já tivemos um relacionamento com pessoas do mesmo sexo, política, ditadura, racismo, feminismo na nossa época. É instigante, porque a gente não sabe tudo, então vamos procurar, como é, como foi, como não foi. É desafiante”, afirma Gilda.

Viúvas ou divorciadas, elas vivem sozinhas, cada uma em sua casa, na capital paulista, apesar de Gilda e Sônia estarem agora, durante a pandemia, em isolamento com filhos e outros parentes. Educadas em escola de freiras, elas se conheceram há décadas e mantém a amizade até hoje, neste momento on-line.

Canais ativos e em alta comandados por idosos

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POR FERNANDA PEREIRA NEVES / FOLHAPRESS