Dia Mundial do Câncer: campanha alerta para hábitos de prevenção

Todos os anos, a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) realiza na semana do Dia Mundial do Câncer a Campanha Vá de Lenço. A

Julia Monsores | 4 de Fevereiro de 2021 às 08:55

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Todos os anos, a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) realiza na semana do Dia Mundial do Câncer a Campanha Vá de Lenço. A iniciativa busca homenagear os pacientes oncológicos e estimula a população a se prevenir contra o câncer.

#Vádelenço

Imagem: Divulgação

Realizada desde 2017, a campanha convida os participantes a amarrarem um lenço na cabeça ou em outras áreas visíveis do corpo e compartilharem uma foto nas redes sociais com a hashtag #vádelenço, alertando para a prevenção do câncer e o papel importante que cada cidadão pode ter no cuidado da própria saúde, com a adoção de hábitos de vida mais saudáveis.

“Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), uma a cada seis pessoas morrem em decorrência do câncer, aqui no Brasil. Nestes últimos meses, por conta da pandemia, tivemos graves problemas nos atendimentos para diagnósticos e tratamento dos pacientes oncológicos no país. É uma realidade bastante complexa. Por isso, precisamos investir cada vez mais na prevenção e evitar o aumento de casos”, afirma a presidente da Abrale, Merula Steagall.

A campanha já conta com o apoio de artistas como Sheron Menezes, Larissa Manoela, Carol Castro e Juliana Paes.

Hábitos que ajudam na prevenção do câncer:

Imagem: iStock

O tabagismo é o principal fator de risco para grande parte dos casos de câncer, causando 22% de mortes no mundo pela doença. Para os tumores de pulmão, por exemplo, mais de 90% das pessoas que desenvolvem a doença fumam ou fumaram no passado.

Entre os hábitos que ajudam na prevenção do câncer, e devem ser estimulados, estão:

Além disso, é importante realizar os exames preventivos para câncer de colo de útero, mama e próstata, para o público e faixas etárias indicadas, entre outras ações.

Os tipos de câncer mais letais no Brasil

O Observatório de Oncologia do Brasil divulgou um estudo sobre o câncer de pulmão e revelou que esse é o terceiro tipo de câncer de maior frequência e letalidade no país — ficando atrás apenas do câncer de mama e próstata.

Somente no ano de 2020 foram 30.200 novos casos. Segundo a pesquisa do Observatório, o tabagismo ainda é o principal responsável pela alto índice da doença.

Além disso, o câncer de pulmão ainda é diagnosticado tardiamente em todo o mundo, o que dificulta seu tratamento. Estudos indicam que a sobrevida em 5 anos desse tipo de câncer no Brasil é de cerca de 18%.

“É notório que as políticas antitabaco são fundamentais para redução dos danos do tabaco sobre a saúde, não somente em relação ao câncer de pulmão, mas também em relação a outras doenças associadas”, avalia Nelson Correa, pesquisador e cientista de dados do Observatório de Oncologia.

O estudo também apresentou a dificuldade de se estabelecer diagnósticos precoces e políticas para garantir uma maior sobrevida maior para os pacientes de câncer de pulmão.

“Evidenciamos também que há uma grande disparidade entre o número de pacientes tratados no SUS com o número de óbitos e com as estimativas do INCA. Tais achados comprovam a necessidade urgente de se aprimorar os registros de câncer do país, uma vez que, para serem efetivas, as políticas púbicas de saúde destinadas à prevenção e ao controle do câncer devem ser desenhadas com base em dados epidemiológicos sólidos, consistentes com o mundo real”, ressalta Nelson Correa.