Dermatologista explica por que o uso prolongado de esmalte faz mal

Sabia que usar esmalte por muito tempo pode fazer mal? Confira algumas dicas de cuidados com as unhas, para evitar infecções!

Julia Monsores | 22 de Fevereiro de 2022 às 11:00

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Para muitas mulheres, unha bonita é sinônimo de unha decorada, com esmalte e outros adereços. Muitas não abrem mão desse cuidado, não só pela questão de estética, mas também por acreditarem que esse é um hábito que faz bem. Mas na verdade, não é bem assim.

E isso porque o uso prolongado de esmalte, sem ao menos dar uma pausa, pode favorecer a infecção das unhas por fungos, além de gerar enfraquecimento e ressecamento.

Por que o esmalte pode fazer mal?

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“O uso contínuo de esmaltes deixa as unhas fracas e aumenta a probabilidade de desenvolver alguma micose. Quando ficamos com esmalte continuamente não conseguimos hidratar a placa ungueal, isso torna as unhas mais frágeis e quebradiças”, explica a dermatologista Dra. Fabiana Seidl, do Rio de Janeiro.  

Além disso, a médica explica que o esmalte também abafa as unhas.

“Os fungos, que causam as micoses, são oportunistas e se proliferam em ambientes úmidos e abafados. Com o uso contínuo de esmalte nós, de certa forma, abafamos as unhas e ficamos mais vulneráveis a essa doença, independente da cor do esmalte que é usada. As cores mais escuras tendem a deixar a unha amarelada”, explica a dermatologista.

Cuidados com as unhas

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Embora a quarentena esteja sendo cada vez mais flexibilizada, por todo o país muitas pessoas ainda permanecem em casa, sobretudo quem está de home office.

Desse modo, a médica sugere aproveitar esse período para deixar as unhas naturais.

“Deixe a unha sem esmalte ou base, hidrate a placa ungueal e as mãos com frequência. Existem hidratantes específicos para mãos e para as unhas no mercado, mas podemos usar óleo de amêndoas, por exemplo, que cumpre muito bem a função de hidratar”, detalha Dra. Fabiana. 

Além disso, procure manter suas unhas cortadas e lixadas. Evite também tirar as cutículas. E isso porque elas exercem a função de proteção contra a entrada de micro-organismos.

“As cutículas geralmente incomodam quando estão ressecadas, por isso reforço que a hidratação das unhas é importantíssima. Pode-se empurrar gentilmente as cutículas e aquelas que estiverem incomodando podem ser retiradas com cuidado com alicate. Não recomendo unhas compridas, nem mesmo higienizando corretamente, pois acabam funcionando como um reservatório para vírus, bactérias e fungos”, destaca Dra. Fabiana Seidl.  

Esmalte e gravidez: uma relação perigosa

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A dermatologista Dra. Roberta Almada destaca que mulheres grávidas devem ter cuidados adicionais.

“Há poucos estudos e informações sobre a segurança das substâncias químicas utilizadas neste procedimento durante a gestação e seus efeitos no feto. Portanto, é mais seguro não aplicar o esmalte em gel nesse período. Vale ressaltar que embora pareça ser um procedimento inofensivo, a Sociedade Brasileira de Dermatologia contraindica o uso de unha em gel durante a gravidez”, explica. 

Substâncias químicas podem gerar processos alérgicos ou outras complicações.  

“Procure esmaltes livres de dibutilftalato, tolueno e formaldeído. Esses componentes podem estar presentes em diversas marcas de esmaltes e devem ser evitados durante a gestação. A exposição a esses ativos pode ser tóxica ao bebê, e existe um risco, apesar de pequeno, de defeitos no desenvolvimento fetal. Além de serem potenciais irritantes para pele e mucosa da mãe”, detalha Dra. Roberta Almada.