Baixo consumo de glúten pode ser prejudicial à saúde; entenda os riscos

Apesar de muitas dietas o retirarem completamente do cardápio, cientistas trazem novos estudos sobre os benefícios do glúten para a saúde.

Louise Cyrillo | 25 de Novembro de 2020 às 11:00

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Você provavelmente conhece alguém que já fez uma dieta sem glúten mesmo não tendo intolerância. É cada vez mais comum que as pessoas cortem das suas alimentações essa proteína advinda dos cereais sem obter ajuda médica ou investigar se realmente é necessário.

Segundo um estudo apresentado na American Heart Association em 2017, os participantes com o maior consumo de glúten possuíam 13% a menos chance de desenvolverem diabetes tipo 2 do que as que relataram um menor consumo (cerca de 4g diários).

As pessoas que participaram desse estudo tiveram seus hábitos alimentares acompanhados por 30 anos, respondendo às pesquisas de forma regular.

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A correlação seria entre pessoas que possuem uma dieta mais rica em fibras, em que o glúten está presente, e uma dieta que o evita totalmente, que empobrece e tem outras carências de nutrientes também.

Benefícios do glúten

O diabetes é uma doença que o combate pode ser feito a partir de uma dieta rica em fibras, responsáveis por controlar a taxa de glicemia na corrente sanguínea.

Há uma associação mental óbvia entre o glúten e produtos como macarrão, pão de forma, biscoitos recheados, etc., produtos tidos como “vilões” da alimentação contemporânea.

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Porém, esses mesmos produtos são ofertados nas suas versões integrais – em que o foco é o grão inteiro dos cereais responsáveis pela proteína do glúten e todos os outros componentes do grão.

Trocar a alimentação refinada pela integral, em que de fato se privilegia consumir mais fibras e nutrientes, pode ser uma ação extremamente saudável e bastante distante da ideia inicial de não consumir mais glúten.

Ainda, a prática de realizar alterações na dieta sem o suporte de um profissional de saúde pode trazer sérios danos para saúde.

Essa frase é repetida à exaustão na mídia. Porém, poucas pessoas realmente consideram o efeito a longo prazo que uma disfunção hormonal causada por uma mudança brusca na dieta pode acarretar no seu corpo. Ou sobre como uma má alimentação que não supre todos os nutrientes necessários pode desencadear outros problemas e doenças.

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O comportamento alimentar em si também pode ser um problema, quando escolhas como ser “gluten-free” estão ligadas a transtorno alimentares diversos. Doenças como ortorexia ou anorexia se aproveitam de hábitos e modas extremistas para validar seu caráter restritivo.

Uma dieta com baixo consumo de glúten pode ser extremamente saudável – inclusive mentalmente. Isso se feita da forma correta, com auxílio qualificado e foco na qualidade de vida.

Riscos do glúten

Entretanto, mesmo num contexto em que não há vilões ou mocinhos quando se trata de alimentação, moderação é a palavra de ordem para uma vida saudável. Apesar do glúten ser bom e necessário para a a nutrição, ele não precisa compor a maior parte da alimentação de uma pessoa. Mesmo em suas formas integrais.

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Pães, bolos e outros derivados de farinha de trigo não precisam ser cortados radicalmente, mas o consumo deles comparado com de frutas é distinto. As fibras que contém nas frutas são diferentes das fibras dos cereais e também têm radical importância para o funcionamento do corpo.

A melhor forma de se manter saudável é por meio de uma dieta adequada, uma rotina de exercícios físicos e fazendo aquilo que se gosta!