Você acredita mesmo na paz?

Desde o início dos tempos a humanidade é feita de crenças. Por algum motivo nós, humanos, acreditamos em coisas e desde a antiguidade somos capazes de dar

Brunna Lombardi | 29 de Setembro de 2019 às 10:00

ipopba/iStock -

Desde o início dos tempos a humanidade é feita de crenças. Por algum motivo nós, humanos, acreditamos em coisas e desde a antiguidade somos capazes de dar a vida por elas. Fé, códigos de honra, ideologias, filosofias, uma série de valores específicos que provocaram guerras e mortes e regem cada cultura, cada região e cada etapa da História.

Em qualquer comportamento humano acreditar no valor das coisas faz parte da obediência ao sistema de crença. O cacau, o sal, o ouro e tantos outros se sucederam no que viria a se tornar o nosso sistema financeiro. Hoje somos regidos por números digitais na nuvem que determinam as nossas vidas. O sistema econômico mundial, como o conhecemos, foi inventado por um pequeno grupo, que se sucede na regência do mundo.

Riquezas incomensuráveis são controladas por poucos.

A manutenção desse sistema exige a criação constante de novos produtos de valor. Bonds, papéis de crédito, debêntures, títulos, LCI, LCA, RDB, ações, letras, certificados, fundos, criptomoedas – uma parafernália de coisas que sobe e desce numa montanha-russa acelerada e perigosa, capaz de arrebentar o coração dos jogadores e criar pânico coletivo. 

Essa macroeconomia surreal acaba refletindo e transformando os nossos pequenos microcosmos. Somos vítimas de dívidas, salários, boletos, aflições, preocupações, desespero. Um jogo de apostas e acima de tudo, de crenças. Joga-se no que se acredita e perde-se no descrédito. E não só acreditamos, mas podemos matar e morrer, vencer e perder, como se tudo isso fosse o significado maior das nossas vidas.

Participei de uma palestra com alguns grandes investidores mundiais e ouvi um deles dizer que a dívida dos gigantes está paga e que o mundo caminha para um período de paz. A cúpula agora quer paz. O exemplo dado foi o encontro dos EUA e Coréia do Norte, que marcou o aparente entendimento das potências. 

A luta agora é contra o abismo das desigualdades, da ignorância e da indiferença. E se a proposta for conquistar a paz, se superarmos guerras e violência, vamos ver nascer um novo pensamento, uma nova consciência.

Não é mais o sistema que está em jogo, é a vida no planeta.

O acúmulo de lixo indestrutível formando gigantes ilhas de plástico nos oceanos. A camada de ozônio, o degelo. O aumento de nível das águas dos mares, os cataclismas, as drásticas temperaturas da mudança climática. O desmatamento, a aridez, as incontáveis espécies em extinção e todo um biossistema em risco exponencial. E a escassez de um recurso precioso e finito, sem o qual não sobreviveremos: a água.

Talvez para muitos isso ainda pareça ficção e exista quem faça piada sobre os ecochatos. Talvez a espiritualidade pareça alienação, mas só podemos atingir paz se a gente acreditar que é possível. Como disse Einstein: “Eu quero entender a mente de Deus”.

O sistema econômico vai compreender que para sua própria sobrevivência precisa de mais igualdade, um planeta saudável e conscientização espiritual. Curiosamente, espiritualidade e tecnologia andam cada vez mais próximas, pensando num mundo melhor e em busca da menor partícula, da mais leve e poderosa: a partícula divina.

@brunalombardioficial
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