“Mesmo com a Covid-19, só procure um hospital em caso de falta de ar”, diz infectologista

Infectologista diz, em entrevista para a Folha, que só devem procurar o hospital aqueles que estão sentindo falta de ar. Nem todos sentirão este sintoma.

Elen Ribera | 15 de Março de 2020 às 13:42

Marcos Calvo/iStock -

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O novo coronavírus é apenas mais um vírus em circulação no mundo. Pouco ainda se sabe sobre a sua multiplicação e a sua letalidade. Quem diz isso é o infectologista Esper Kallás, que também leciona no curso de medicina da USP (Universidade de São Paulo).

Assista ao vídeo com a Dra. Débora Otero.

Em entrevista à TV Folha, o especialista disse que o momento não é para pânico. A população precisa, segundo Kallás, manter cuidados básicos de higiene e procurar o médico apenas quando sentir falta de ar.

“O coronavírus é mais um vírus que vai fazer parte do rol de outros vírus. A gente vai ter além dos quatro coronavírus que circulam por aí, está chegando agora o Sars-CoV-2, que é uma novidade para a gente. A gente está aprendendo aos poucos, estamos entendendo um pouco mais qual é a capacidade dele de se multiplicar, qual é a capacidade dele de causar doença e quais são as características dessa doença que foi apelidada de Covid-19”, disse.

É, sim, mais perigoso do que a gripe comum

O médico esclarece, no entanto, que o coronavírus é mais perigoso que as gripes comuns. “Atualmente, a gente pega todo mundo que chega no hospital e vê qual é a porcentagem deles que precisam internar e vê qual a porcentagem deles que vão para a UTI e vê a porcentagem dos que acabam morrendo da doença. Está mais alta do que a vírus da gripe. Mas a gente não sabe o tanto de gente que se infectou para dar essa resposta definitiva”, esclareceu.

Kallás disse ainda que cerca de 80% dos infectados pelo novo coronavírus terão sintomas entre leves e graves de gripe, mas que facilmente serão suportáveis em casa.

Só procure hospital ou um médico quando você começar a ter sinais de falta de ar. Esse sinal de falta de ar, a gente pode exemplificar: você está sem febre naquele momento, vai levantar e andar um quarteirão e fica muito ofegante”.

Link do vídeo da entrevista no youtube.