Relembre outras epidemias que abalaram a humanidade antes do novo coronavírus

As epidemias vez ou outra assolam a humanidade e mudam hábitos, estabelecem etiquetas sociais e cuidado com o contágio, como agora com o novo coronavírus,

Elen Ribera | 2 de Abril de 2020 às 21:31

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O novo coronavírus Sars-CoV-2 já infectou mais de 1 milhão de pessoas e matou mais de 51 mil em poucos meses; sua ocorrência foi oficialmente informada pelas autoridades chinesas em dezembro de 2019.

Gripe A (H1N1)

Para comparação, a última pandemia mundial, da gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, matou cerca de 18 mil em um período maior, entre 2009 e 2010, segundo balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O vírus influenza H1N1 apresentava menor transmissibilidade e menor letalidade que o vírus da Covid-19. Também havia dois antivirais, um deles o Tamiflu, que se mostraram efetivos no combate à epidemia de H1N1.

Na época do surto de H1N1, o Ministério da Saúde registrou quase 60 mil casos e pouco mais de 2.000 mortes no Brasil.

A gripe espanhola 

Outras epidemias mais antigas, porém, deixaram um rastro de destruição muito maior. A gripe espanhola, em 1918, dizimou 75 milhões de mortos.

Um dos elementos-chave por trás de seu impacto é que ela parece ter sido mais grave quando infectava adultos jovens e saudáveis. Enquanto outras formas da doença tendem a produzir mortes de bebês, idosos e pessoas com sistema imune mais debilitado.

Há boas razões para acreditar que parte dessa violência contra jovens saudáveis tem relação com a chamada tempestade de citocinas, uma reação descontrolada do sistema imune à presença do invasor. Fragilizados pelo vírus, os pulmões dos doentes também podiam sucumbir a infecções bacterianas, e há ainda relatos da época que falam em hemorragias no nariz, nos ouvidos e no sistema digestivo.

O avanço devastador do vírus (um tipo de influenza A H1N1, tal como o da gripe de 2009) foi facilitado pela falta quase total de imunidade natural das populações do planeta e pelo confinamento de jovens em quartéis e campos de batalha durante a Primeira Guerra, uma população aglomerada e sem anticorpos era um campo fértil para a doença.

Fazendo uma comparação

A comparação de outras epidemias com a pandemia da Covid-19, porém, precisa ser feita com cautela. Se ainda hoje ocorre a subnotificação nos casos do novo coronavírus, os dados de doenças do passado não eram muito confiáveis.

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