Assim que for aprovada, uma vacina contra Covid-19 não deve ser oferecida para toda a população no próximo ano. Entenda mais lendo a matéria!
Assim que for aprovada, uma vacina contra Covid-19 não deve ser oferecida para toda a população no próximo ano, mas apenas para grupos de maior risco de exposição e complicações pela doença, informou nesta sexta-feira (27) o Ministério da Saúde.
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Vacinação começará por grupos prioritários
A pasta está trabalhando na construção de um plano nacional de imunização. Um documento preliminar deve ser compartilhado com especialistas e secretários de saúde na próxima terça-feira (1).
Nas últimas semanas, o ministério já vinha falando em iniciar a vacinação por grupos prioritários, como idosos, pessoas com doenças crônicas e profissionais de saúde, mas não estava claro se pensava em estender a oferta.
“Definimos objetivos para a vacinação, porque não temos uma vacina para vacinar toda a população brasileira. Além disso, os estudos não preveem trabalhar com todas as faixas etárias inicialmente, então não teremos mesmo como vacinar toda a população brasileira”, disse a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fantinato.
Ela afirma que entre os grupos que hoje não fazem parte de estudos clínicos estão crianças e gestantes.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse que a oferta para públicos específicos não significa que as outras pessoas não estarão protegidas.
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“O fato de determinados grupos da população não serem imunizados não significa que não estarão seguros, porque outros grupos que convivem com aqueles estarão imunizados e dessa forma não vão ter a possibilidade de se contaminar”, afirmou.
Estratégia de vacinação contra Covid-19 será semelhante a da gripe
Ele comparou a estratégia da vacina contra a Covid-19 com a das campanhas de vacinação contra a gripe, também voltadas a grupos de maior risco de exposição e complicações pelo vírus.
“Nossa meta é vacinar 80 milhões de brasileiros por ano, não falamos em toda a população”, afirma. Segundo ele, a mesma discussão ocorre em outros países.
“Quando falamos de vacinação, o mundo não entende que terá que ter vacina para todos. A Covax [iniciativa da Organização Mundial de Saúde que acompanha nove estudos de vacinas para oferta aos países] almeja 2 bilhões. É uma meta ambiciosa, e não se imagina que haverá vacina para todas as pessoas do planeta”, diz.
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Segundo Fantinatto, a definição dos grupos deve levar em conta o cenário epidemiológico do país e as indicações das eventuais vacinas que estiverem disponíveis.
As informações foram dadas em coletiva de imprensa na sede da pasta. No mesmo encontro, representantes do Ministério da Saúde fizeram ataques à defesa do isolamento social, na contramão do recomendado por outras entidades na área da saúde.
Também atribuíram uma redução na mortalidade pela Covid-19 ao que chamam de “tratamento precoce” — não há até o momento nenhum tratamento comprovado contra a Covid que possa ser usado de forma precoce.
O grupo chegou a mostrar um gráfico em que cita duas datas: a entrada do general Eduardo Pazuello como ministro da Saúde e a data de divulgação de um protocolo que amplia o uso da cloroquina, medicamento também sem comprovação de eficácia contra a doença.
Especialistas, porém, têm apontado outros fatores para uma redução na mortalidade que não esses dois pontos. Entre eles está o aprendizado no manejo clínico de pacientes.
NATÁLIA CANCIAN // FOLHAPRESS