Confira a emocionante história do poodle que salvou uma família

Eles queriam um cão de guarda, mas não faziam ideia de como Max, um poodle adotado, os protegeria. Confira essa história emocionante!

Douglas Ferreira | 17 de Setembro de 2021 às 19:00

bernardbodo/ Istock -

Conhecemos Max na área de cargas da Alaska Airlines. O poodle nascido em 14 de fevereiro de 2002 nos chegou numa caixa de transporte azul. Nós o adotamos, e nosso único pedido foi que ele tivesse um comportamento afável, capaz de aguentar abraços e cutucões de nossa filha de 8 anos e do filho de 6.

Éramos uma família pequena: eu, meu marido e nosso filhos Sophie e Jake. Mas, durante anos, senti que não estaríamos completos sem um cachorro. Além disso, meu marido viajava muito a trabalho, e eu sabia que me sentiria mais segura com um animal grande dormindo junto à porta. 

Quando abrimos o transporte, a última peça de nosso quebra-cabeça se encaixou. Com o pelo preto cacheado e os olhos inteligentes, Max era lindo. Era tão pequeno que cabia na palma da minha mão. Ele estava apavorado.

Quando o aproximei de mim, senti seu coração bater com força e me perguntei se tínhamos feito a coisa certa tirando-o da mãe. Mas era tarde demais: Sophie e Jake já estavam brigando para ver quem o levaria no colo.

Nos meses seguintes, passamos horas observando Max brincar e rolar pelo tapete da sala. Como a maioria dos poodles, ele era inteligente. Logo absorveu o treinamento doméstico e nunca roeu os móveis nem os sapatos. 

“Ao ver o peso de minha tristeza, meus filhos hesitavam em se apoiar em mim. Assim, recorreram a Max”

Os anos se passaram. As crianças cresceram e começaram o segundo segmento do ensino fundamental e o ensino médio. Então, certo dia, pouco antes do último ano de Sophie no ensino médio, nosso mundo desmoronou. Minha filha descobriu uma conta de e-mail cheia de mensagens entre meu marido e uma amiga filha. Eles tinham um caso havia anos. 

Meu marido insistiu no divórcio. Sofri tanto que foi como se ficasse viúva. Tentei manter tudo estável para Sophie e Jake e ajudá-los em seu pesar. Mas, ao ver o peso de minha tristeza, eles hesitavam em se apoiar em mim. Assim, recorreram a Max.  

Jake ficou perdido. Era um menino de 15 anos num lar sem pai, lutando para se tornar homem. Às vezes eu o pegava chorando quando se aprontava para o futebol. Sem que pedissem, Max lambia a mão de Jake.

Sophie foi para faculdade. Ela adorou o curso e, no primeiro semestre, ficou na lista de melhores alunos. Mas, quando desceu do avião depois do primeiro semestre do segundo ano, parecia uma sem-teto. Estava enrolada em um cobertor e seu cabelo não tinha vida. Aonde fora parar minha linda menina?

Ela não voltou para a faculdade. Ficava em casa dormindo o dia todo, agarrada a Max, durante 15 ou 20 horas. Todo esse tempo, enquanto eu me esforçava para lhe conseguir ajuda, Max ficou a seu lado. Agora percebo que ele a mantinha viva. Alguns meses depois, ela nos contou o que aconteu: fora estuprada na faculdade. Quando Sophie recorreu ao álcool para amortecer a dor, nosso lar se encheu de tensão. Jake, também, passou a fumar. 

“Nessa época, Max foi a força estabilizadora da casa”

Contratei uma rezadeira para livrar nosso lar da energia negativa que rondava. A mulher me enxotou da casa e só Max teve permissão de ficar. Quando terminou, ela disse:

– Você sabe que esse cachorro é muito especial, não sabe?

Fiz que sim.

– Ele está aqui para desempenhar um papel muito importante em sua família – disse ela. 

Depois disso, a situação voltou a melhorar. Sophie voltou para a faculdade, e meu filho também. 

Então, de repente, fiquei sozinha. Eu amava loucamente minha família, e todos tinham partido. A não ser Max. Ele me seguia de quarto em quarto. 

Com o tempo, Max ficou cego e surdo. Suas articulações doíam. Ele ficou menos animado em nossos passeios. Às vezes eu o olhava e dizia: “Nem pense nisso.” Eu sabia que não aguentaria perdê-lo também. 

Um dia, eu o encontrei com as patas traseiras paralisadas. Dias depois, ele sofreu insuficiência cardíaca. Jake e Sophie pegaram um avião para se despedir de Max. 

Quando o levamos ao veterinário, agradeci a Max tudo o que fizera por nossa família. Jake o abraçou e disse:

– Obrigada por ficar comigo quando achei que não tinha mais ninguém. Você foi o meu melhor amigo. 

Então, Max se foi. Mas o tempo todo ele sabia o que estávamos apenas aprendendo: mesmo sem ele, já éramos completos. 

POR GRACE EVANS