Após crítica de Anitta, Google muda definição de ‘patroa’ no dicionário; entenda o caso

Uma semana depois de Anitta reclamar do significado que aparece no Google para a palavra "patroa", a plataforma mudou a definição do termo.

Amanda Santos | 21 de Setembro de 2020 às 19:00

Reprodução/Instagram -

Hoje, quem busca o vocábulo “patroa” no site de buscas encontra a seguinte explicação: “Proprietária ou chefe de um estabelecimento privado comercial, industrial, agrícola ou de serviços, em relação aos seus subordinados; empregadora.”

Por meio de suas redes sociais, a cantora Anitta compartilhou a alteração e comemorou: “Feito”. 

Antes da alteração, a palavra “patroa” era definida como “mulher do patrão” e “dona de casa”, o que gerou a indignação de cantora. “Mano do céu, inacreditável. Não estou acreditando que isso está no nosso dicionário”, disse ela, na ocasião.

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Google comentou o caso

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Google informou que a atualização do significado do termo foi feita pela Oxford Languages, parceira da plataforma, que identificou que a definição utilizada até então “não refletia mais o uso moderno da língua portuguesa falada pelos brasileiros”.

Também foi feita uma reavaliação da definição da expressão “mulher solteira”. Isso porque, após a reclamação de Anitta, Luísa Sonza mostrou descontentamento com a explicação do Google para o verbete. 

O significado de “mulher solteira” apresentado era “prostituta ou meretriz”. No caso de “homem solteiro”, o resultado era apenas “ainda não se casou”.

https://twitter.com/luisasonza/status/1304970579045494785

No caso de “mulher solteira”, a decisão da Oxford foi retirar o significado da busca. “A pesquisa mostrou que a definição exibida ainda reflete o uso da expressão em algumas regiões do país, mas percebemos que a forma de apresentar a definição poderia levar a uma compreensão equivocada e confusa, e por isso ela foi retirada”, informa.

Posicionamento da Oxford

Segundo posicionamento oficial da Oxford, as revisões dos dois termos, “patroa” e “mulher solteira”, foi feita após questionamentos dos usuários. 

“Criar e manter um dicionário é uma tarefa eterna, que não acaba nunca. Ela deve se basear no objetivo de registrar e refletir uma língua com precisão. Para fazer isso, as sugestões e opiniões das pessoas reais, que usam o idioma no dia a dia, são uma contribuição indispensável”, informa a Oxford em nota.

Como funcionam os dicionários produzidos pela Oxford Languages

Reprodução/Facebook

Ainda segundo o comunicado, os dicionários produzidos pela Oxford Languages não determinam como a língua é usada, “e sim refletem esse uso”. “Isso significa incluir palavras que podem ser consideradas ofensivas mas que ainda estão em uso – mesmo que nós mesmos não adotemos esses termos no nosso vocabulário pessoal.”

“Os dicionários também contemplam regionalismos e termos que caíram em desuso, mas que ainda podem ser encontrados em leituras. A ideia é oferecer um retrato preciso e detalhado do idioma como um todo”, disse a Oxford. 

E com um exemplo, a instituição complementa: “um usuário pode estar lendo um romance escrito no início do século 20, e queremos ajudar essa pessoa a encontrar e entender termos que hoje podem parecer estranhos; mais importante ainda, ajudar a entender como e quando devem ser usados, sobretudo quando há risco de que aquela palavra seja considerada ofensiva”.

FOLHAPRESS

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