Mitos e verdades sobre o Hotel Cecil, tema da nova série da Netflix

Um dos lançamentos recentes da Netflix trata do Hotel Cecil, em Los Angeles, famoso por seus mistérios. O que é verdade e o que não é?

Letícia Taets | 14 de Fevereiro de 2021 às 22:00

Reprodução/Netflix -

Se você está ligado nos lançamentos da Netflix, já sabe que chegou uma nova série documental na plataforma: “Cena do Crime – Mistério e Morte no Hotel Cecil”, dirigida por Joe Berlinger.

O programa pretende desvendar alguns mistérios envolvendo o hotel norte-americano, rebatizado de Stay on Main em 2011, considerado assombrado por muitas pessoas.

O Hotel Cecil foi construído em 1924 por três hoteleiros com objetivo de ser um destino confortável e seguro para viajantes a negócios e turistas. Localizado no centro da cidade de Los Angeles, na California, o hotel obteve relativo sucesso até a Grande Depressão de 1929.

Após 1929, não apenas o próprio Hotel Cecil sofreu um grande baque financeiro, como também a própria área em seu entorno, sendo tomada por violência e atividades criminosas. Isto se refletiu também no hotel, que passou a funcionar de forma similar a um albergue.

Em 1931, o ocorreu a primeira morte no hotel: um hóspede cometeu suicídio. Desde então, mais de uma dúzia de pessoas já morreram no hotel, pelos mais variados motivos, desde assassinatos a overdoses e também suicídios.

Outro ponto impressionante na história do hotel é de ter abrigado por ao menos duas vezes serial killers em suas dependências: em 1985, o criminoso Richard Ramirez, conhecido como Night Stalker e responsável por 13 homicídios, se hospedou no 14º andar.

Já em 1991, o serial killer austríaco Jack Unterweger também se hospedou no hotel. Alguns anos depois, a justiça da Áustria o condenou à prisão perpétua por ao menos nove assassinatos.

Caso Elisa Lam

Imagem: Print do vídeo em que Elisa Lam aparece com vida pela última vez. Reprodução/Youtube

No entanto, o caso mais famoso ocorrido no Hotel Cecil foi o da morte da estudante canadense Elisa Lam, de 21 anos, em 2013. Lam fez check-in no hotel no dia 26 de janeiro e foi declarada como desaparecida no dia 31 de janeiro.

No dia 19 de fevereiro, hóspedes do hotel reclamaram com o staff que a água estava estranha. Ao subirem até a caixa d’água para verificar o que havia acontecido, os funcionários encontraram o corpo da estudante canadense boiando dentro da caixa d’água, com suas roupas ao fundo.

Após a autópsia, a causa da morte foi afogamento e dada como acidental. Nem drogas nem álcool foram encontrados no corpo da jovem, bem como nenhum sinal de abuso físico.

O caso se tornou mundialmente famoso após um vídeo de Lam no elevador do hotel um pouco antes de seu desaparecimento viralizar. Nele, ela aparece de capuz e shorts, apertando botões do elevador. Em determinado momento, ela e entra e sai do elevador e parece se esconder de alguém. Posteriormente, fala com essa pessoa.

O que se sabe até agora

O documentário se aprofunda em diversas teorias sobre o desaparecimento e a morte de Lam. Uma das mais populares e que aparece em absolutamente todos os casos de crimes já ocorridos no Hotel Cecil é a de que o local é mal assombrado.

A presença de espíritos malignos e fantasmas seria o ponto em comum entre todos os hóspedes perturbados por estas presenças paranormais. No entanto, este tipo de atividade nunca foi comprovada para além de testemunhos factuais e especulações.

A outra ideia, mais plausível e bem menos popular, é a de que o fato do Hotel Cecil ser muito mais barato do que a média para Los Angeles e também em uma área mais degradada por pobreza e crimes, o tornaram um alvo para este tipo de ação.

Com seus muitos quartos, centenas de hóspedes diários e quantidade insuficiente de funcionários, é possível que pessoas mal intencionadas passem despercebidas.