Usar o cheque especial ficou mais barato, mas ainda é preciso cautela para evitar dívidas, entenda.
A Caixa Econômica Federal cortou pela metade a taxa de juro do cheque especial em um momento em que Banco Central e governo vêm pressionando os grandes bancos brasileiros a repassar a queda da Selic (a taxa básica de juro) para consumidores.
Redução histórica
A taxa do cheque especial foi reduzida de 9,99% para 4,99%, segundo comunicado divulgado pelo banco nesta terça-feira (12).
Os 9,99% já eram mais baixos que os cobrados pelos bancos privados e fizeram parte de uma primeira rodada de corte de juros feita pela Caixa.
A taxa média do cheque especial é de 12,4% ao mês, a mais baixa do sistema financeiro. Já a Selic está em 5% ao ano, o menor patamar a história. O custo do cheque especial pouco se mexeu desde que a taxa básica de juros entrou em queda.
Inadimplência volta a subir
Os bancos chegaram a lançar uma iniciativa de autorregulação em que ofereceriam um crédito alternativo para que o cliente pudesse trocar o cheque especial por um mais barato.
Ainda assim a inadimplência do cheque especial voltou a subir: estava em 15,6% em setembro; só menor que a do rotativo do cartão de crédito (36,1%). Para tentar reduzir os juros, o Banco Central estuda permitir que os bancos cobrem tarifa para que o cliente tenha acesso ao produto; o que hoje é proibido.
Os bancos alegam que essa medida ajudaria a reduzir o custo da linha porque, atualmente, os clientes têm crédito disponível e não necessariamente pagam juros por esse valor. Isso significa que o dinheiro separado do banco não é remunerado. A medida faria com que toda a parcela destinada a linha servisse para remunerar as instituições financeiras.
Por TÁSSIA KASTNER / FOLHAPRESS