Aplicativos de transporte criam campanhas contra abuso sexual no Carnaval

Os principais aplicativos de transportes realizam ações no Carnaval para combater o abuso sexual. Medidas visam diminuir o número de casos neste ano.

Douglas Ferreira | 20 de Fevereiro de 2020 às 16:00

klebercordeiro/iStock -

Os principais aplicativos de transportes do país realizam ações no Carnaval para combater o abuso sexual. As medidas adotadas vão desde corridas de graça para delegacias da mulher até mensagens em pontos de ônibus e redes sociais para conscientizar foliões.

Uma delas é a 99, que, pela primeira vez, vai subsidiar corridas de até R$ 20 de folionas vítimas de abuso até delegacias da mulher. A ação se dará entre os dias 21 e 26 do mês de fevereiro, com limite de 3.000 corridas. 

A empresa também apoia os Anjos do Carnaval – uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo em parceria com o portal Catraca Livre e a produtora Rua Livre para prevenir casos de importunação nos blocos. Tem ainda um rastreador de comentários sobre motoristas que ajuda a detectar casos de abuso.

A Uber lançou nesta semana uma campanha contra o abuso sexual e discriminação contra minorias, que se estenderá até o início de março. A campanha consiste em divulgar em pontos de ônibus e redes sociais mensagens que reforcem que tais comportamentos não são tolerados pela plataforma. 

“Você é do bloco dos assediadores, racistas ou LGBTfóbicos? A Uber não é para você”, diz uma das frases. 

A empresa afirma que denúncias de incidentes podem ser feitas por meio do menu de ajuda do app, que analisa cada caso individualmente.

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Já o Cabify afirma que enviará mensagens para as passageiras cadastradas para relembrar os recursos de segurança que oferece. Entre eles, o compartilhamento de rota em tempo real e a possibilidade de ligar direto para a polícia.

Lei de importunação sexual em vigor

O carnaval deste ano será o segundo com a lei de importunação sexual em vigor. O crime é definido como a prática de ato libidinoso contra alguém, sem consenso, para satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro. 

Isso inclui atos como “roubar” um beijo, tocar nos seios, na genitália ou nas pernas de alguém sem permissão e se masturbar ou ejacular em uma pessoa. A pena para quem praticar o crime é de 1 a 5 anos de reclusão. 

Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos divulgados no ano passado mostram que denúncias de violência sexual contra crianças, adolescentes e mulheres costumam aumentar 20% na época do Carnaval. Eles usaram como base registros do Disque 100 e Ligue 180. A pasta lançou nesta terça (18) a campanha “Assédio é Crime #NãoTemDesculpa“, para o Carnaval.

POR FOLHAPRESS