Você tem o hábito de falar sozinho? Então precisa ler isso!

Todos gostamos de achar que somos normais, porém até a pessoa mais certinha tem um monte de hábitos bem esquisitos, como falar sozinho. E é assim que deve

Redação | 30 de Maio de 2019 às 17:00

roberthyrons/Istock -

Todos gostamos de achar que somos normais, porém até a pessoa mais certinha tem um monte de hábitos bem esquisitos, como falar sozinho. E é assim que deve ser. Somos apenas humanos, o que significa que somos todos meio estranhos. Como disse a atriz Whoopi Goldberg: “Normal é um ciclo da máquina de lavar.”

Portanto, certas esquisitices, aquelas que você acha tão raras e estranhas, como falar sozinha quando ninguém está olhando, ou ser viciada em hidratante labial, por exemplo, podem ser mais comuns do que você pensa.

Perguntamos aos nossos leitores quais eram seus hábitos esquisitos. As respostas foram surpreendentes. Confira!

Falar sozinho

Falo comigo sobre mim na terceira pessoa – como se houvesse uma parte de mim me observando –, assim: “Ela vai à loja.” Não faço isso o tempo todo e nunca em voz alta, só em pensamento. Não é um problema novo, mas ultimamente venho notando que esse hábito de falar sozinha tem aumentado mais. Estou ficando maluca?

Você está em boa companhia: Charles de Gaulle, Pelé e o rapper Flavor Flav referiram-se a si mesmos na terceira pessoa várias vezes (e fazem isso em voz alta). Por quê? Pelusi explica que uma das maneiras de aprender é ensaiar uma cena na cabeça. A maioria de nós faz isso visualmente: imagina a si mesmo no novo emprego ou conversando com alguém que precisamos impressionar. Você simplesmente verbaliza isso, como muitos romancistas e poetas. “Vivenciar na ficção como seria fazer alguma coisa e os efeitos que teria”, diz Pelusi, “é um modo de aprender sem as tentativas e os erros.”

Em outras palavras, “falar” sozinha a deixa mais esperta, e não maluca. Assim, sinta-se à vontade para dizer a si mesma em pensamento: “Ela escreveu aos especialistas e eles lhe disseram que estava ótima.”

Preferir um filho a outro

Sou mãe de dois filhos. Para minha tristeza, sempre preferi o meu filho à minha filha. Tento esconder, mas não consigo. Isso é assim desde que eles eram pequenos, mas agora são adolescentes e tenho certeza de que sabem. Isso é normal?

Não é incomum que o pai ou a mãe prefira um dos filhos, diz Susan Bartell, doutora em psicologia com consultório em Port Washington, Estado de Nova York. O mais frequente é que essa preferência se alterne entre os filhos, num ciclo permanente. “Não é tão comum a preferência constante por um deles, mas às vezes acontece, principalmente quando se tem um filho muito questionador”, diz ela. “Ou então o seu filho pode ser mais agradável por não agredi-la com todos os ‘eu a odeio’ comuns às filhas.”

Susan, especializada no relacionamento entre mãe e filha, acrescenta: “Acima e além de todos os relacionamentos, inclusive o casamento, acho que a ligação entre mãe e filha é a mais complicada. As mães projetam nas filhas os desejos que tinham para si mesmas, e todas as complicações que tiveram na relação com a própria mãe são jogadas na relação com as filhas.”

Seja qual for a situação com a sua filha, o fato é que, provavelmente, seus dois filhos sabem há muito tempo que você prefere o rapaz. E, no fim das contas, diz Susan, isso vai prejudicar a sua relação com eles e a relação deles entre si. “Procure ajuda profissional”, diz ela, “senão isso vai piorar cada vez mais.”

Arrancar cabelos

Sempre me flagro arrancando os pelos mais compridos do meu braço para que todos fiquem com comprimento uniforme. Faço isso enquanto vejo televisão ou leio um livro, mas os amigos já me chamaram a atenção quando estamos no meio de uma conversa. Será sinal de tédio ou é outra coisa?

Esse comportamento tem nome: tricotilomania. “Em geral, quem faz isso arranca cabelos da cabeça, o que resulta em áreas calvas”, diz Christopher Peterson, da Universidade de Michigan. Alguns puxam poucos fios sem perceber, já outros os atacam meticulosamente com uma pinça. Podem fazer isso para aliviar tensões ou de forma automática, “do mesmo modo como roemos as unhas sem perceber”, diz David H. Barlow, especialista em ansiedade na Universidade de Boston.

Quem arranca as sobrancelhas ou fica com áreas carecas pode ficar mais tranquilo: a doença tem tratamento. Consulte um terapeuta cognitivo-comportamental e peça informações sobre os novos antidepressivos que também tratam a ansiedade.

É claro que cabe a você verificar se precisa de tratamento. Peterson diz que “Se ficar sem pelo nos braços não o preocupa, então não se preocupe”.