Leonardo da Vinci: um gênio da matemática e das artes

Apenas uma vez a cada centena de anos surge um gênio capaz de realizar descobertas e invenções em diferentes campos do saber. Leonardo da Vinci foi um

Redação | 6 de Maio de 2019 às 14:00

JanakaMaharageDharmasena/Istock -

Apenas uma vez a cada centena de anos surge um gênio capaz de realizar descobertas e invenções em diferentes campos do saber. Leonardo da Vinci foi um desses gênios. 

Ele nasceu em 15 de abril de 1452, filho de um notário com uma camponesa. Por ser um filho ilegítimo, não podia frequentar a universidade. Assim, ele começou a trabalhar como aprendiz no ateliê do artista florentino Andrea del Verocchio, em 1465. O fato de não poder obter um diploma universitário nunca incomodou da Vinci. Ele desafiava os ensinamentos acadêmicos e punha o espírito individual acima de tudo.

O que havia de tão especial em da Vinci?

Os interesses e dotes de Leonardo eram bastante diversificados. Ele foi pioneiro em muitas áreas. São dele as mais antigas pinturas de paisagens. E, embora anatomia fizesse parte da educação de artistas na Renascença, foi da Vinci quem mais empregou e aprofundou esse conhecimento: ele também retratou milhares de vezes a estrutura dos corpos de animais.

No entanto, o maior interesse de da Vinci era a engenharia. Especialmente máquinas de guerra, embora fosse um indivíduo absolutamente pacífico.

Da Vinci era engenheiro?

É surpreendente que seu interesse por tecnologia obtivesse alguma repercussão, pois foi apenas em sua época, a Renascença, que a resistência ao empirismo foi aos poucos superada.

Platão, um dos maiores filósofos da Antiguidade, admirado desde os tempos áureos da Escolástica, no início do século 13, não se importava com experimentos e buscava respostas apenas na teoria. Para ele, o empirismo não passava de “mecânica vulgar”. Mas na Renascença foram encontrados manuscritos de outros pensadores gregos sobre mineração, agricultura, arquitetura e astronomia.

Porém, como quase ninguém era capaz de ler em grego, ainda demorou um tempo até que essas obras pudessem obter um reconhecimento mais amplo.

Nesse contexto, não é difícil imaginar que a corte milanesa visitada por da Vinci em 1482 não estava pronta para o engenheiro Leonardo.

A princípio, ele precisou viver de suas pinturas. Seus famosos quadros “Madona das rochas” e “Dama com arminho” são dessa época. Sua primeira chance como engenheiro também surgiu no campo das artes, com a construção de um suntuoso palco para o teatro da corte milanesa.

Na ocasião das celebrações do dia 13 de janeiro de 1490 foi exibido um gigantesco modelo dos planetas, que faziam seu caminho pelos símbolos do zodíaco. Infelizmente, da Vinci não deixou registro dessa construção, mas ela é conhecida porque, depois dessa festa, só se falava em seu nome.

Leonardo da Vinci viveu o auge de sua fama de 1490 até 1500. Por fim, ele passou a ser contratado como engenheiro. Ele não só trabalhou na melhoria do sistema de canalização da Lombardia, como também desenvolveu armas e técnicas de fortificação. No entanto, uma de suas pinturas mais importantes é dessa época: “A última ceia”, que demorou cerca de quatro anos para ser concluída.

O que os cientistas puderam aprender com Leonardo da Vinci?

Aparentemente, Leonardo nunca esteve 100% ocupado com seus trabalhos encomendados. A partir de meados da década de 1480 ele começou a manter cadernos de anotações, nos quais registrava todos os seus questionamentos técnico-científicos. Os temas eram tão diversos como matemática, fisiologia, anatomia, luz e óptica, acústica, construção de instrumentos e, como sempre, técnicas bélicas e automação.

Ele era realmente obcecado com autômatos – algo impressionante, pois na sua época não havia nada que fosse movido de maneira automática.

Da Vinci desenvolveu um tanque e um carro que deveriam ser capazes de se mover sozinhos. Ele também pesquisou sobre vôo, analisando a anatomia dos pássaros e sua habilidade de voar. Depois desses estudos, ele desenvolveu – só no papel – um helicóptero e um paraquedas.

Cientistas atuais tornaram algumas dessas idéias realidade, como o paraquedas e o carro automático. O paraquedas de fato funcionou e o carro ficou muito parecido com nossos automóveis motorizados.

Com o passar dos séculos, sua obra foi em parte perdida e em parte, dispersa. É por isso que suas inovadoras idéias em óptica ou na técnica de voo tiveram de ser desenvolvidas de novo, séculos depois de sua morte, sem suas ponderações.