As mentiras que os pais contam aos filhos

Às vezes é inevitável para os pais contar algumas mentiras pelo bem dos filhos. Mas quais as mentiras mais curiosas que você pensaria em contar?

Redação | 17 de Abril de 2018 às 08:00

luckyraccoon/iStock -

Todo mundo já teve de mentir para os filhos alguma vez. Essas mentirinhas, quando vêm com boas intenções, são válidas segundo Marty Wilson. Veja algumas das mentiras que os pais contam aos seus filhos e identifique-se com algumas delas!

Mentiras para “proteger a inocência”

Connor, meu filho de 6 anos, adora os programas do naturalista britânico David Attenborough. Depois de assistir a A vida dos mamíferos, ele me perguntou: “Pai, você acasala com a mamãe?”

Além da minha reação interna de fantástico! Eis cinco novos minutos de material humorístico!, senti que aquilo podia ser importante. Joguei limpo e lhe disse que, entre pessoas, a gente diz “fazer amor” e depois expliquei exatamente o que acontece. Ele me deu um abraço apertado, disse “Pai, eu te amo” e voltou ao que estava fazendo. Se há 300 anos as crianças podiam ver sexo, nascimento, morte e muito mais coisas todos os dias e mesmo assim a raça humana sobreviveu, devemos ser bem mais resistentes do que pensamos.

Mentiras para conseguir um bom comportamento

Essas são uma necessidade pessoal, e me recuso a julgar os outros. Sei que nisso já passei dos limites algumas vezes (numa delas, peguei o telefone e liguei para a “Casa dos Meninos Maus”).

Mas não sou o único. Uma amiga, sempre que escuta um cinto de segurança se soltar no banco de trás, para o carro junto à calçada, como se tivesse enguiçado, e pergunta: “Alguém tirou o cinto? O carro só funciona quando todo mundo está de cinto.” Outra convenceu os filhos de que os médicos “consertaram os seus ouvidos” para que ela não consiga “ouvir manha”. Quando as crianças começam a reclamar de alguma coisa, ela sai andando, fingindo que não está percebendo nada, até que passem a usar a voz normal. Espantoso, realmente espantoso.

Mentiras para uma alimentação saudável

Faça o que for preciso! Minta mesmo. O fim justifica os meios. Os hábitos alimentares que os filhos adotam agora terão papel importantíssimo na saúde futura deles, por isso diga qualquer coisa que os convença a enfiar goela adentro uma alimentação equilibrada. Uma amiga me contou que os filhos só comem frango. E ela lhes serve todo tipo de frango: peixe é “frango molinho”; todas as salsichas são “salsichas de frango”; salmão é “frango cor-de-rosa”. Outra história fantástica: “Quem come cenouras quando criança consegue ver através das paredes quando crescer, que nem o Super-Homem.” E uma muito eficaz com meninos: “Brócolis fazem a gente soltar mais pum.”

Papai Noel: a mais convincente

Há algo irresistível no domínio que se consegue sobre os filhos em dezembro. Um casal disse às filhas: “No Polo Norte, Papai Noel tem um espelho especial ligado aos espelhos no mundo, e assim ele sabe que se comporta bem e quem se comporta mal.” Tiveram de dizer que o espelho do Papai Noel tinha quebrado quando viram que as meninas só dormiam depois de cobrir com toalhas cada milímetro do espelho do quarto.

Há um tempo, surgiu um programa para iPhone chamado Ligação do Papai Noel no qual era possível pôr o nome da criança, escolher se era “levada” ou “boazinha” e depois, quando o iPhone tocasse, a criança ouviria a voz do Papai Noel lhe dizendo que teria de melhorar seu comportamento senão não ganharia presentes.

Outro casal decidiu esticar o poder do Natal para que durasse o ano todo dizendo aos filhos: “Toda vez que vocês não se comportam, o Papai Noel troca um brinquedo do saco de vocês por uma batata.” Aí, no dia de Natal, puseram umas batatinhas nas meias das crianças. Certo ano, houve uma briga no dia de Natal; o pai pegou uma das batatas e perguntou: “Que presente era isso aqui antes de vocês se comportarem tão mal?”

Acho que o dia em que pararmos de mentir para os filhos será o dia em que pararemos de mentir uns para os outros. Às vezes é gentil dizer à vovó que os biscoitos estão ótimos, mesmo que estejam duros. E não há problema em dizer: “Querida, esse vestido não deixa você mais gorda.”

Por Marty Wilson