Nada pra fazer ou tudo pra fazer?

“Poxa, nada pra fazer…”, você já deve ter ouvido ou até mesmo pensado essa frase durante esse momento de pandemia.

É que a gente sempre associa o fato de ficarmos sozinhos com algo chato.

Ou porque não tem nada aberto.

Não podemos beber no barzinho.

Cantar no karaokê (ai, que saudades).

E aí, a nossa mente se desdobra pra achar algo útil ou divertido pra passar o tempo.

E passar o tempo dentro de casa, depois de 3 meses, fica complicado.

Tem gente que se entrega.

Vira Tik Toker.

Eu virei, confesso.

Viciada que fala, né?

Faço vídeos todos os dias porque me distrai.

Não me deixa cair no limbo de maus pensamentos.

Porque tudo se baseia em você não se sentir mal.

A vida é uma eterna busca de bons momentos, um atrás do outro, afinal.

Nessas pequenas brechas, há sempre um fiapo de tristeza te aguardando.

Mas sou contra tirar esse tempo para fazer algo útil necessariamente.

Meditar, fazer yoga, ler um mantra, se exercitar, ler Foucault.

Ninguém merece ter paz de espírito em um momento de pura insanidade.

Se você tem, parabéns, porque tá todo mundo virando o Taz Mania.

Blublé-blublublé?!

Outro dia eu assisti Hércules, o desenho da Disney mesmo.

Enquanto assistia, pensava que não estava fazendo nada.

Mas também pensava que é só isso que eu precisava naquele momento.

Não fazer nada pode ser fazer tudo.

Às vezes, só o que você precisa é fazer um bolo.

E se desafiar a colocar um recheio no meio dele.

O momento atual é para experimentar coisas novas, mas também para fazer o que quiser.

Acredito que o único compromisso que você tenha seja trabalhar de casa, quem consegue.

Passear com seu cachorro, se você tiver cachorro.

Fazer compras pra não morrer de fome.

Comprar um remedinho pra dor-de-cabeça, quiçá.

Então, o resto é só alegria.

É ficar de pernas pro ar.

Tirar fotos em ângulos diferentes.

Dançar na sala.

Talvez o seu lado certo seja o lado inverso.

O tempo que você curte tirar não é tempo perdido.

Com licença, vou rechear meu bolo agora.