Leve a vida como um… Sono Leve

Será que as pessoas Sono Leve conseguem entender as Sono Pesado e vice-versa? A autora, uma Sono Leve assumida, descreve como é esse encontro.

Marina Estevão | 28 de Dezembro de 2019 às 10:01

Kladyk/iStock -

Pessoas Sono Leve são os melhores tipos de pessoa.

Não falo isso porque sou.

Pelo contrário, conheço muitas pessoas boas que não são.

Mas reconheço o meu valor.

Eu sempre fui Sono Leve: acordava pelo menor barulho que fosse.

Uma vez, quando era criança, dormindo ouvi patinhas andando sorrateiramente pelo meu travesseiro.

Acordei e me deparei com uma barata. Depois desse dia, dormi com a minha mãe durante uma semana.

Tem que ser muito Sono Leve para acordar com as patinhas de uma barata.

Mas o que quero dizer é: pessoas Sono Leve são mais propensas a respeitar o espaço do outro.

Elas são Ph.D. em empatia.

Você já viu algum Sono Leve colocar música alta de manhã quando acorda e enquanto outros seres humanos estão dormindo?

Nunca!

Porque eles sabem que, além de ser sacanagem acordar outras pessoas – da maneira que for –, eles jamais fariam isso, mesmo sozinhos.

Nem os vizinhos eles gostam de incomodar.

Os Sono Leve andam como plumas dentro de casa.

Quando eles vão ao banheiro, nada pode fazer barulho. Se pudessem, até o chuveiro seria silencioso.

Se as comunicações pudessem ser feitas por expressões faciais, ótimo, elas nem gostariam de se comunicar tanto assim.

Falar, só baixo.

Isso não quer dizer que os Sono Pesado não tenham o seu valor.

Eles dormem como anjos, o que dá uma baita inveja em quem acorda no primeiro pingo de chuva que bate na janela.

Pessoas Sono Pesado são menos estressadas porque dormem até com obra acontecendo.

Geralmente, as Sono Leve namoram com as Sono Pesado, mas não sabem.

E pensam que o parceiro é igual a eles, mas nunca é.

É uma guerra de convivência.

Mas, quando um semelhante encontra outro, é uma alegria – como irmãos que não se veem há muito tempo.

O fato é que os Sono Leve e os Sono Pesado estão espalhados por aí, feito Illuminati.

E saber conviver com um e com outro é sim uma arte.

Porque defeitos todos nós temos. A grande dificuldade é se definir como um ou outro e saber lidar com as diferenças e limitações.

Mas, vamos combinar, é sempre melhor deixar a música alta para quando todos estiverem acordados.