Criação de filhos: conheça os diferentes tipos

O tipo de criação que se dá aos filhos é um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento intelectual deles. Saiba mais sobre isso.

Rayane Santos | 1 de Setembro de 2021 às 18:12

Drazen Zigic/iStock -

Você conhece os diversos tipos de criação de filhos? Assim como você precisa dar ao seu filho recursos necessários para que ele sobreviva, também faz parte do seu papel estimulá-lo intelectualmente. É preciso oferecer estímulos e oportunidades adequados para que ele desenvolva ao máximo suas capacidades.

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Ao contrário do que se possa acreditar, ser bom pai ou boa mãe é uma tarefa difícil e não deve simplesmente ser confiada ao instinto. O tipo de criação que se dá aos filhos é um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento intelectual deles. Mas quais aspectos se relacionam ao desenvolvimento cognitivo da criança?

Tipos de criação de filhos

Criação sensível

É um tipo de criação característico de pais capazes de facilitar e encorajar os filhos a explorarem o mundo e os objetos. Para isso, usam-se os sinais da criança como deixa para seu comportamento. Além disso, os pais permitem aos seus filhos realizar uma tarefa, admitindo que possam fracassar. Mas os auxiliam em uma nova tentativa, sem pressão exagerada, motivando-os de forma positiva. É provável que este estilo de criação contribua significativamente para o desenvolvimento intelectual da criança.

Criação não intrusiva/não coercitiva

A criação não intrusiva se parece em muitos aspectos com a criação sensível. Consta como uma categoria especial que destaca alguns dos perigos do excesso de controle e da criação intrusiva. Esta é comum aos pais altamente motivados a encorajar o desenvolvimento intelectual da criança. Contudo, fazem isso sem considerar o seu ritmo, de maneira a transparecer mais os seus próprios desejos em detrimento dos desejos dos filhos. 

Os elementos da criação intrusiva incluem a interrupção e o atropelamento das ações da criança enquanto esta cumpre uma tarefa. Além da abordagem física excessiva ao ensinar e orientar. E a disciplina é severa quando ela comete erros na tarefa e há expectativas de desempenho acima de suas habilidades atuais. Sem dúvida, direcionar e desafiar seu filho a melhorar suas habilidades atuais de maneira não intrusiva é uma tarefa difícil. 

Como exemplos de facilitação versus criação controladora ou coercitiva/intrusiva pode-se citar: colocar um brinquedo ou objeto em local de fácil alcance em vez de o entregar de forma ríspida à criança. Isso faz com que ela se esforce para realizar a tarefa por um determinado período de tempo. Para isso, não se deve lhe entregar o objeto imediatamente ou lhe mostrar imediatamente como se faz uma tarefa. Outro exemplo é o estimulo à realização da tarefa ou a tentativa de realizá-la em lugar de expressar desapontamento imediato ou raiva pelo fracasso da criança.

Motivação

Pesquisas mostram que particularmente na primeira infância, quando os pais elogiam, demonstram afeto e entusiasmo pelos seus bebês, estes, consequentemente, terão o QI mais elevado. O simples contato físico do bebê ou da criança com seu responsável durante a fase inicial de desenvolvimento também é um aspecto importante para o seu posterior desenvolvimento cognitivo.

Envolvimento dos pais

Comprovadamente, pais que passam um período de tempo significativo com os filhos pequenos estão contribuindo para o seu desenvolvimento intelectual. Isso inclui estar envolvido em uma atividade com a criança, como aprender a construir um avião, brincar de se esconder ou ajudá-lo no dever de casa.

Além disso, enquanto algumas atividades não são diretamente relacionadas ao desenvolvimento cognitivo, só o fato de haver uma interação com o responsável já é suficiente para melhorar o QI (quociente de inteligência) da criança. Muitos estudos descobriram uma relação entre o QI e o tempo investido em atividades compartilhadas por pais e filho.

Pai professor

A relação entre o tempo investido em atividades compartilhadas e o QI da criança é frequentemente errônea. Não é verdade que para estimular a inteligência dos filhos os pais deverão ensinar-lhes as matérias escolares, elaborar material didático para se assegurar de que a criança leia o mais rápido possível, fazendo-a treinar a pronúncia e os fonemas.

Tal incentivo pode ter efeito limitado, de curto prazo. Para um efeito de longo prazo, a natureza das atividades compartilhadas e o tempo investido deverão manter o foco no objetivo de que o entusiasmo, a perseverança e a motivação da criança aumentem. Criar expectativa de que ela esteja lendo até os quatro anos de idade não traz benefícios.

Aprendendo a ser bons pais

As crianças necessitam de um ambiente favorável ao seu desenvolvimento geral. Isso não consiste somente no desenvolvimento físico, mas também na exposição a experiências ricas e benéficas que as ajudarão a adquirir uma série de conhecimentos. Os laços de sangue e o amor não são suficientes para desenvolver uma boa relação entre pais e filhos, nem para estimular as capacidades, as habilidades e o crescimento de ambos.

Para se criar um ambiente que simultaneamente favoreça o seu aprendizado e o do seu filho é recomendável que você procure informações atualizadas sobre a educação dos filhos. Elas poderão ser encontradas em livros, revistas especializadas e na Internet.

Outra opção é frequentar palestras e cursos para pais que normalmente abordam tópicos relacionados ao desenvolvimento físico, emocional, social e intelectual da criança, desde antes do nascimento até a fase adulta. Alie as informações que você adquirir com o seu conhecimento sobre si mesmo e sobre seus filhos.

Se por acaso tiver dificuldades com seu filho ou achar que não tem a paciência necessária, procure a ajuda de um especialista. A intervenção a tempo pode ajudar na solução de um problema que mais tarde poderá se transformar em um conflito maior. Outra boa ideia é discutir e dividir suas experiências com pais e mães na escola de seus filhos.

A estimulação intelectual da criança pode ser uma tarefa muito gratificante e prazerosa. Você pode incluir visitas a museus, leitura de livros, idas a concertos e viagens. Porém, as experiências do dia a dia também são excelentes oportunidades de crescimento, nas quais se pode incentivar as crianças a aprender e criar momentos inesquecíveis.