Retinopatia diabética é principal causa de cegueira: saiba como prevenir

A retinopatia diabética é uma complicação do diabetes que afeta os olhos e que leva à perda da visão de ambas as vistas.

Walter Farias | 21 de Novembro de 2022 às 16:20

Jun/iStock -

Comemorado desde 1991, o Dia Mundial da Diabetes surgiu com o intuito de conscientizar e informar a população sobre o perigo da doença. Assim, a sociedade também fica por dentro dos problemas gerados por ela, como a retinopatia diabética, por exemplo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), acredita-se que a cada cinco segundos um adulto fica cego, no mundo. Não obstante, a cada um minuto, uma criança fica cega. Contudo, quando o foco é no Brasil, estima-se que exista cerca de um milhão de pessoas cegas e quatro milhões de deficientes visuais.

De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o mais preocupante de tudo é saber que até 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados se tivessem um diagnóstico precoce. Mas você pode estar se perguntando qual a relação disso com a retinopatia diabética, certo?

Ocorre que a retinopatia diabética está na lista das principais causas de cegueira evitável no Brasil. Além disso, caso não seja identificada precocemente, a retinopatia diabética provoca a perda irreversível da visão.

O que é retinopatia diabética?

Segundo estudo realizado pelo Hospital Albert Einstein, a retinopatia diabética é um problema que afeta cerca de 140 mil brasileiros por ano. Trata-se de uma complicação do diabetes que afeta os olhos. Em verdade, a doença atinge pequenos vasos da retina – estrutura do olho destinada a realizar a construção e envio das imagens ao cérebro.

Como a retinopatia diabética geralmente afeta os dois olhos, ela pode gerar a súbita perda de visão. Portanto, o diagnóstico precoce se faz extremamente necessário para evitar a cegueira do paciente. Sendo assim, caso você tenha ou conheça alguém que apresente sintomas da doença, vá em busca de um médico.

Sintomas da retinopatia diabética

A retinopatia diabética é uma doença silenciosa, por isso ela costuma não apresentar sintomas nos seus estágios iniciais. Dito isso, é fundamental que uma pessoa diagnosticada com o diabetes vá ao menos uma vez por ano numa consulta com médico oftalmologista. Assim, será possível identificá-la previamente.

Mas caso a doença já tenha passado dos estágios iniciais, ela irá sim apresentar sintomas. Entre os principais sintomas estão:

Tipos de retinopatia diabética

Na maioria dos casos a doente surge cerca de cinco anos após o diagnóstico do diabetes tipo 1. Além disso, também é sabido que o diabetes mellitus pode causar dos tipos de danos aos olhos, são eles: retinopatia diabética não proliferativa e retinopatia diabética proliferativa.

Retinopatia diabética não proliferativa

É quando os vasos sanguíneos da retina passam do limite fluido, ocasionando proeminências. Assim, as áreas da retina afetadas podem apresentar inchaço. Deste modo, surgem os danos do campo de visão.

Neste tipo, o prejuízo pode ocorrer de forma gradativa, ocasionando o surgimento de pequenos pontos na vista ou até mesmo pontos cegos na visão. Porém, o problema é que muitas vezes o paciente só se dá conta do ponto cego quando passa por uma consulta médica.

Retinopatia diabética proliferativa

Na retinopatia diabética proliferativa a lesão existente na retina acaba fomentando o desenvolvimento de novos vasos sanguíneos. Estes vasos, por sua vez, crescem de forma anormal e podem gerar sangramento ou cicatrizes.

Estas cicatrizes acabam provocando um deslocamento da retina. Ou seja, causa a separação da retina da parede posterior do olho. Assim, surge o processo de degeneração e morte celular que leva o paciente a perda da visão.

Como é feito o diagnóstico

Vale lembrar que o diagnóstico deve ser feito por um profissional. Logo, é de suma importância que se faça visitas ao médico oftalmologista para que assim seja diagnosticada precocemente a doença e aumente as chances de resultado positivo para tratamento.

O médico faz o diagnóstico através de exame na retina com um oftalmoscópio. Porém, também pode utilizar a angiografia com fluoresceína, que auxilia na determinação do local do derrame e identificação de áreas com pouco fluxo de sangue. Além disso, também se identifica formação de anomalias nos vasos sanguíneos.

Como é feito o tratamento

O tratamento vai variar de acordo com o estágio da doença. No entanto, na maioria dos casos o objetivo do tratamento é retardar a progressão. Mas caso o diagnostico seja feito de forma precoce, o tratamento terá outro objetivo.

Se a retinopatia estiver nos seus estágios iniciais, é provável que o tratamento recomendado seja o monitoramento regular do quadro em conjunto com um especialista. Nestes casos, o médico responsável irá conversar com o paciente a respeito do estilo vida levado por ele (paciente).

Dependendo do estilo de vida do paciente, o médico irá recomendar novos hábitos e pedirá que outros sejam evitados ou excluídos. Tudo com o objetivo de fazer um melhor controle dos níveis de glicemia no sangue do paciente. Isso porque o descontrole da glicemia é uma das principais causas do surgimento e agravamento da doença.

Por fim, nos casos que demonstram maior gravidade, é possível que o paciente seja submetido ao tratamento de injeções intravítreas, ou seja, injeções aplicadas diretamente nos olhos. Em último caso, o médico poderá realizar procedimento com laser ou cirurgia de vitrectomia.

Como prevenir a retinopatia diabética

A retinopatia diabética ocorre por uma complicação do diabetes. Sendo assim, ao receber o diagnóstico de diabetes, é importante que a pessoa passe a realizar uma avaliação médica anual.

E não é uma questão de ter boa saúde ocular ou não, é preciso também passar por uma avaliação anual no oftalmologista. Fora isso, é de suma importância que o paciente siga todas as recomendações médicas referentes ao estilo de vida para garantir o controle da glicemia.

Desta forma, com consultas e avaliações regulares, controle do quadro diabético e cuidando da alimentação, peso e pressão. Aumentam as chances de prevenção da retinopatia diabética.


ATENÇÃO!

Esta matéria tem caráter informativo e não substitui a consulta médica especializada. Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico.