Como superar o medo de dentista

A ideia de não saber o que vai acontecer e a possibilidade de uma experiência desconfortável são causas comuns do medo de dentista.

Douglas Ferreira | 26 de Abril de 2022 às 13:00

Wavebreakmedia/iStock -

A maioria das pessoas sabe que as visitas regulares ao dentista são essenciais para a saúde bucal. No entanto, a perspectiva de uma consulta e de tratamento pode provocar ansiedade em pacientes de todas as idades. Um motivo comum para isso é uma experiência prévia ruim, com frequência muitos anos antes e em geral na infância. A ideia de não saber o que vai acontecer e a possibilidade de uma experiência desconfortável também são causas comuns do medo de dentista. Há ainda pessoas que têm fobias relacionadas com aspectos específicos do ambiente e do tratamento dental: agulhas, brocas, extrações ou a simples colocação de algo na boca.

É importante que as crianças não adquiram o medo que os adultos têm das consultas ao dentista. Se você sabe que fica ansioso e não consegue controlar o medo, talvez seja melhor que seu cônjuge ou um parente próximo acompanhe seu filho ao dentista.

Como superar o medo de dentista

O medo genuíno do tratamento dentário é um problema comum e pode ser difícil superá-lo. Se você estiver ansioso em relação ao tratamento, diga ao dentista logo no início. Ele pode adotar uma técnica gradativa, talvez começando pela orientação sobre a escovação de dentes e educação sobre saúde bucal, seguidas pelo polimento dos dentes e, depois, talvez uma pequena restauração (obturação). O dentista deve explicar a você o que esperar durante qualquer procedimento e incentivá-lo a fazer um sinal para interrompê-lo, caso você fique ansioso demais.

A atendente do consultório reservará um tempo maior para a consulta de um paciente que sofre de ansiedade ou fobia. Além disso, muitos dentistas oferecem tratamento sob sedação nos casos em que, segundo sua avaliação, haja real necessidade.

Para a maioria das pessoas, visitas regulares ao dentista ajudam a preservar a saúde dos dentes e dos tecidos da boca por toda a vida.

O conceito relativamente moderno de prevenção e Odontologia Preventiva só pode ser praticado de forma eficaz em quem visita o dentista regularmente. Consultas frequentes não implicam tratamento dentário regular, pois muitas doenças comuns, e algumas das menos comuns, podem ser completamente evitadas. As consultas regulares também estimulam a que se mantenha a boa higiene bucal.

Importância das avaliações regulares

Muita gente só procura o dentista quando acredita que há algo errado – em geral, dor de dente muito forte. A dor, porém, costuma estar associa da apenas a doenças que já existem há bastante tempo. Quando se fazem consultas com o dentista regularmente, é possível diagnosticar doenças dentárias precocemente e tratá-las antes do surgimento de sintomas. Por outro lado, ausência de dor não significa ausência de doença. Por exemplo: no início, a cárie não é dolorosa, e costuma ser diagnostica da durante o exame de rotina, como um achado acidental na radiografia dos dentes.

Quando a cárie provoca sintomas, é necessário restaurar (ou seja, obturar) ou mesmo extrair o dente. A cárie em estágio inicial pode ser tratada com a aplicação de um verniz contendo flúor, em vez de broca e restauração.

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A periodontite crônica é causada por bactérias que vivem na placa bacteriana, e avança lentamente. Caracteriza-se por danos do ligamento e do osso que sustenta os dentes nas arcadas dentárias; a dor é rara. Na fase avançada da doença, os dentes acometidos ficam frouxos e surgem espaços entre eles, que saem de suas posições originais na arcada. A periodontite crônica acomete, em maior ou menor grau, a grande maioria da população adulta, e muitos pacientes procuram o dentista pela primeira vez sem nunca ter percebido algum problema dentário. Na fase avançada da doença, a extração dos dentes é inevitável, embora seja possível diagnosticar e tratar o distúrbio com sucesso, ou ainda evitá-lo, nas pessoas que consultam o dentista regularmente.

A rotina de consultas odontológicas permite detectar precocemente outros problemas dentários. O dentista examina a gengiva, observando se há inflamação e avaliando a mobilidade dos dentes, e também procura sinais de deficiências de vitaminas ou câncer. Hoje, muitas pessoas preservam os dentes naturais durante toda a vida, e todos os dentes estão sujeitos ao desgaste físico, associado à alimentação e à escovação ou causado por substâncias ácidas que compõem a alimentação. A velocida de de desgaste dos dentes varia, mas mesmo quando é muito lenta, é grande a possibilidade de que estejam desgastados na velhice. O tratamento desse problema pode ser um desafio para o dentista, mas a prevenção é muito menos difícil. As consultas regulares permitem detectar e tratar o desgaste dos dentes assim que surgem os primeiros sinais.

Um programa odontológico

Em geral, quem mantém o costume de ir ao dentista marca consultas a cada seis meses. A maioria dos dentistas também envia convites ou “lembretes” para estimular a ida do paciente ao consultório duas vezes por ano. As consultas a cada seis meses eram consideradas adequadas para a maioria das pessoas em uma época em que a prevalência de cáries era muito maior do que hoje. O tratamento regular era essencial para controlar os estragos causados pelas cáries, com restaurações que, depois, eram trocadas com frequência.

Embora o padrão de doença odontológica tenha se modificado nos últimos 20 a 30 anos, as visitas regulares ao dentista ainda devem ser incentivadas. Estabelecer esse tipo de parceria permite ao dentista avaliar o risco individual de doença odontológica, com base nas experiências anteriores do paciente. Dessa forma, é possível determinar a frequência adequada para cada paciente: se o risco de doença dental é baixo, pode-se cogitar uma consulta anual, mas talvez seja prudente estabelecer um programa trimestral quando os riscos são altos.