Aedes aegypti: um inimigo à solta entre nós

O Aedes aegypti transmite doenças que podem se agravar e ter complicações irreversíveis. Você deve fazer o máximo para que ele não se prolifere.

Elen Ribera | 24 de Março de 2020 às 12:40

sanchairat/iStock -

O Aedes aegypti continua preocupando as autoridades em saúde e a população. Entra verão, sai verão, ele continua se multiplicando e ficando mais resistente. Na verdade, o mosquito sobrevive e pode transmitir arboviroses em qualquer época do ano. Arboviroses são as doenças causadas pelos chamados arbovírus, que são transmitidas pelo Aedes aegypti e outros mosquitos vetores que picam pessoas contaminadas. 

O que podemos fazer? 

Não deixe água empoçada. Aproveite a quarentena e dê uma olhada no que pode ser feito para evitar criadouros do mosquito. Caixas d’água tampadas e pratinho do vaso de plantas com areia. Todas as superfícies que acumulam água devem estar cobertas ou viradas para baixo.

O controle deve ser permanente. Aproveite a quarentena por causa da Covid-19 e reforce os cuidados com a sua casa. Dê uma olhada no que pode acumular água e faça a sua parte. É para o bem de todos, pois como o coronavírus que não tem passaporte, o Aedes aegypti não vê muros nem cercas.

As principais doenças transmitidas por ele são:

Febre amarela

Principais sintomas

A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais, mas é preciso ficar atento porque cerca de 15% dos infectados apresentam de horas a um dia sem sintomas. E, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.

“Se você identificar macacos mortos na região onde vive ou está, informe imediatamente as autoridades sanitárias do município ou estado, de preferência, diretamente para a vigilância ou controle de zoonoses. O Ministério da Saúde, através da Secretaria de Vigilância em Saúde, elabora normas e coordena as ações de vigilância e controle da doença. Também auxilia os estados e municípios na implementação e manutenção dessas ações, supervisiona as atividades e fornece a vacina contra a febre amarela.” — alerta o Ministério da Saúde (MS).

Complicações 

IMPORTANTE: 
Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata.
Como se prevenir 

A vacina é subcutânea e está disponível durante todo o ano nas unidades de saúde. Você deve procurar um posto de saúde com antecedência de mais de 10 dias antes de viajar para as áreas de risco, principalmente, para quem está recebendo a vacina pela primeira vez.

A vacinação para febre amarela faz parte do grupo de vacinas de rotina dos municípios com recomendação de vacinação. Ela é oferecida durante o ano inteiro. Saiba mais sobre a Febre Amarela.

Dengue 

Principais sintomas

Complicações

No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), leve ou grave. Neste último caso pode levar até a morte.

Também é possível o desenvolvimento da Síndrome de Gulliain-Barre, encefalite e outras complicações neurológicas.

Como se prevenir 

Segundo o MS, no momento, só existe uma vacina contra dengue registrada na Anvisa. A vacina não está disponível no SUS, apenas na rede privada. São administradas 3 doses no intervalo de 1 ano e só deve ser aplicada, segundo o fabricante, a OMS e a ANVISA, “em pessoas que já tiveram pelo menos uma infecção por dengue”, mas o Ministério da Saúde acompanha os estudos de outras vacinas. Veja mais informações sobre a Dengue.

Zika

Principais sintomas

Todos os sintomas são de intensidade leve a moderada.

Em algumas pessoas pode ser assintomática.

Complicações

Tem provocado muita preocupação pelo país, principalmente nas gestantes, pelo fato de estar associada às ocorrências de microcefalia em recém-nascidos. Mas, preste atenção, leite materno (até 18 meses, segundo a Organização Mundial da Saúde — OMS), saliva e saliva não transmitem o vírus.

Aprenda mais sobre Zika e sobre a ocorrência de microcefalia em bebês.

Febre Chikungunya

Principais sintomas

Cerca de 30% dos casos podem ser assintomáticos. Os sintomas aparecem de dois a 12 dias da picada do mosquito, período conhecido como incubação.

Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida.

Complicações

Não se deve usar AINH (anti-inflamatório não hormonal) na fase aguda, pelo risco de complicações associados às formas graves de chikungunya (hemorragia e insuficiência renal). Assim como corticoide, também não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia.

Como se prevenir

Assim como contra a dengue, o zika vírus e a febre amarela, é extremamente importante que as pessoas reforcem as medidas de eliminação dos criadouros de mosquitos Aedes aegypti. Tanto nas suas casas, trabalhos e na vizinhança,pois não existe vacina contra a chikungunya.  Aprenda mais sobre chikungunya aqui.

Faça a sua parte e previna-se!

Por Elen Ribera