O ar livre cura o coração

Há muitas saídas naturais que fazem bem à saúde e principalmente ao coração. O contato com a natureza pode ser benéfico para muitos tipos de doenças.

Redação | 7 de Março de 2018 às 18:00

Toda vez que ouço uma gravação de John Denver cantando “Sunshine on My Shoulders” (“Sol nos meus ombros”, em português) e me pego sorrindo, sou transportado ao amor pelo sol e pelo ar livre que tive por décadas como natural de Michigan. Meu quintal é cheio de caiaques, canoas e pranchões. Andar a pé descalço até o lago, brincar sem camisa ao sol e respirar ar fresco é bom. Como cardiologista especializado em prevenção, posso dizer que é muito bom também para o coração.

Caminhe ao sol

Estudos encontraram taxas mais altas de hipertensão entre as pessoas que se expõem menos ao sol. Um motivo pode ser o óxido nítrico. Ele é um gás cuja produção é estimulada quando a pele é exposta aos raios solares. O óxido nítrico faz com que as artérias resistam à contração, ás placas de colesterol e aos coágulos, reduzindo o risco de infarto e de acidente vascular cerebral. A vitamina D, que a luz do sol ajuda o corpo a produzir, também está relacionada a um coração mais saudável. Caminhe ao ar livre por 15 a 30 minutos todos os dias.

Tome um banho de floresta

No Japão, visitas curativas a parques se tornaram uma prática popular chamada shinrin-yoku (banho de floresta). Uma pesquisa com 280 voluntários descobriu que as pessoas tinham níveis mais baixos de cortisol, frequência cardíaca menor e pressão arterial mais baixa quando andavam por uma floresta do que quando passavam o tempo em uma área urbana.

Ande descalço quando puder

Uma das consequências da sociedade moderna é o raro contato do nosso corpo com o solo. A terra possui uma corrente elétrica. O contato direto com ela pode ser uma força estabilizadora para a boa saúde, possivelmente por nos expor a elétrons, que podem agir como antioxidantes.

Embora o “aterramento” seja considerado medicina alternativa pela medicina tradicional, pesquisas preliminares demonstram que a prática parece afetar de modo positivo a função tireoidiana, o metabolismo do açúcar no sangue e a viscosidade sanguínea, todos relevantes para o risco de cardiopatias. Ande descalço sempre que possível. Deixe a grama do quintal fazer cócegas na sola dos seus pés e crave os dedos na areia da praia.

Troque a academia por uma área verde

Exercitar-se ao ar livre pode trazer mais benefícios que fazê-lo em ambientes fechados. Uma revisão britânica de 11 estudos realizada em 2011 descobriu que as pessoas que se exercitavam ao ar livre em geral relatavam sentir maior revitalização, mais energia e menos raiva, tensão e depressão – todos fatores relacionados a infarto.

Por Joel K. Khan