“As pessoas têm que respeitar as outras”, diz Xuxa

Carismática, Xuxa bateu um papo com a Seleções Brasil e revelou o que pensa da onda de críticas da internet e defendeu a liberdade para ser quem quiser.

Márcio Gomes | 24 de Junho de 2020 às 18:00

Blad Meneghel -

Não tem quem não se encante com as risadas e o jeito simples de ser de Xuxa. Carismática, ela carrega um legado de fãs que a acompanham até hoje nesses mais de 35 anos de carreira na TV, no cinema – destaque para o filme “Lua de Cristal”, que completa 30 anos este mês e levou aos cinemas mais de quatro milhões de pessoas – e nos palcos.

Xuxa, aos 57 anos, está linda, no auge, e continua a eterna Rainha dos Baixinhos. Quando pergunto qual o segredo, ela diz: “Acho que não tenho tantos segredos assim. Não bebo e não fumo. E só como comidinha vegana. Faço ginástica, na medida do possível, e não faço musculação, senão vai acabar comigo (risos). E tenho muito amor do Ju (Junno Andrade, namorado). Eu acho que a felicidade é o melhor cosmético. Quando a gente está feliz, a gente tem um brilho no olhar”, fala.

Sempre lançando moda, a versátil apresentadora-atriz-modelo-cantora entrou para o novo time de mulheres com cabelo bem curto e revela que o novo corte trouxe a sensação de liberdade.

“Raspei a cabeça e vejo que foi uma libertação enorme! Antes, eu ficava uma hora arrumando o cabelo. Agora, em 30 minutos já está tudo certo”, conta.

Direto ao ponto

Autêntica e, literalmente, sem meias palavras, quando o assunto é feminismo, Xuxa diz não levantar bandeiras. Afirma que o importante é cada um ser feliz com as suas escolhas.

“É até bom eu esclarecer isso para não ficar ruim e ir contra algumas pessoas que levantam a bandeira do feminismo. Quem quiser ter o cabelinho embaixo do braço que tenha! Quem quiser ter o cabelo branco tenha! Se preferir o cabelo preto, então, pinte. Eu acho que as pessoas têm que ser felizes com suas escolhas”, afirma.

“Não concordo com alguns exageros que algumas mulheres estão fazendo”, continua. “Não concordo com essa deformidade que, às vezes, aparece em algumas pessoas. Mas, se a pessoa botou um monte de coisa no corpo e no rosto, e está feliz, tudo bem! É uma questão de opinião.”

Haters

Acostumada com as críticas nas redes sociais, algumas até um pouco pesadas, Xuxa afirma que as pessoas estão amargas e desrespeitosas. No entanto, ela frisa que não se abate com o que lê nos comentários: “Quando eu apareço sem maquiagem, falam: ‘Nossa, como você está velha! E esse cabelo?’ São umas coisas absurdas. Fico imaginando essas pessoas escrevendo do outro lado do telefone, colocando todo ódio em cima. Acho que elas têm que respeitar a minha vontade e a vontade dos outros. Isso vem de uma coisa que está muito no ar agora: as pessoas estão se machucando e tentando, de alguma maneira, ferir outras pessoas”, diz.

E ainda frisa que as agressões, em sua maior parte, são de mulheres. “A pessoa está gorda ou magra demais; está velha ou com o cabelo curto – enfim, sempre existem críticas. E percebo que as pessoas querem que a gente esteja no padrão determinado por elas. Isso é loucura. E o que me espanta é que a maioria dos ataques são feitos por mulheres. É uma falta de respeito muito grande”, explica.

Maturidade

Ciente de que é cobrada diariamente como um padrão de beleza, em especial por trabalhar com a imagem, Xuxa diz não conseguir entender a insatisfação das pessoas. “O tempo está passando, mas tudo bem. O que não é legal é ser cobrada pela forma como eu levo os meus 57 anos. Não sou contra fazer plásticas ou procedimentos. Mas não gosto das pessoas me perguntando: ‘Por que ainda não fez nada?’. Acho que com a idade que eu estou, com quase 60 anos, faço o que eu quero!”, dispara.

E finaliza: “Se eu fosse homem, não falariam assim. A sociedade vê o homem quanto mais maduro, melhor, mais bonito. O cabelo branco neles é enaltecido. Eu não estou falando mal do homem. Nós fomos acostumadas a tudo ser desse jeito. A mulher tem que estar arrumada, não pode envelhecer! Precisamos pintar o cabelo para não aparecer o branco… No entanto, temos que fazer – mesmo que incomode algumas (ou muitas) pessoas – é o que queremos. A gente tem é que ser feliz!”