A atriz catarinense Bruna Linzmeyer conversou com a nossa coluna sobre isolamento social, projetos futuros e muito mais. Leia!
Márcio Gomes | 23 de Dezembro de 2020 às 16:00
“Estes meses têm sido intensos, mas tenho conseguido cuidar de mim e das pessoas que eu amo”. É assim que Bruna Linzmeyer tem passado os dias de isolamento social, causado por conta da pandemia do coronavírus.
Além de estudar e experimentar novos trabalhos, nestes dias de quarentena a atriz tem investido em aulas de aromaterapia à distância e se aprofundado em assuntos como teoria queer e filosofia.
Antes da pandemia de Covid-19, Bruna estava viajando para participar de alguns festivais de cinema com o longa-metragem “Alfazema”, filme de Sabrina Fidalgo, mas teve que interromper tudo por causa da doença.
“Recentemente, fiz junto com minha namorada, Marta Supernova, o roteiro de um curta-metragem em animação, que já estamos produzindo. Além disso, estou escrevendo um longa-metragem, com a Julia Zakia, sobre um triângulo amoroso lésbico. O roteiro é meu e foi pensado a partir dos meus estudos sobre gênero, sexualidade e liberdade”, explica.
No ar com a reprise especial de “A Força do Querer”, em que dá vida à jovem Cibele, ela conta que é uma emoção rever o trabalho na trama do horário nobre, justamente um folhetim de Gloria Perez – de quem é fã, tendo sempre assistido os folhetins da autora.
“É uma emoção especial trabalhar com a Gloria Perez. Sou fã das novelas dela, especialmente, ‘O Clone’, que lembro bem. Foi um folhetim que assisti, que foi bem marcante para mim”, afirma.
Sobre Cibele, Bruna afirma que admira a postura da personagem no decorrer da trama.
“O noivo mentiu para ela, a enganou, cancelou o casamento e ela foi lá e viveu aquela história. Foi em sua festa de casamento sem noivo e pichou o próprio vestido. Ela encontrou um jeito extravagante e autêntico para lidar com a situação, porém, tudo do seu jeito. Eu admiro isso nela e que vou chamar de coragem. Mas a Cibele era problemática e nem sempre foi legal com ela e com as pessoas”, enfatiza a atriz, que lembra com carinho de alguns colegas envolvidos no projeto de “A Força do Querer”.
“Lembro da Carol Duarte, atriz, amiga querida; e da Mayara e Naina, que faziam parte da equipe da novela, amigas para a vida! Além de outras pessoas que adorei conviver e trabalhar”, diz.
Uma das atrizes mais ativas na militância pela comunidade lésbica, Bruna afirmou à revista Veja que muitas pessoas a alertaram sobre a possibilidade da perda do emprego ao assumir a homossexualidade – algo que não aconteceu.
“Os tempos são outros. Estou com dois contratos longos de publicidade, de marcas que me respeitam, que me procuram por eu ser como sou. Eles me deixaram à vontade e me fotografaram como eu estava. Na TV também me entenderam e não quiseram me modificar. Tive meu contrato renovado com a Globo por mais três anos. Já estou na casa há dez”, conta.
Ela explica que a reação da família ao saber sobre a sua sexualidade foi a de medo de que ela sofresse por algum tipo de preconceito. No entanto, ressalta que houve espaço para conversa, diálogo, com total aceitação por parte dos pais. No dia a dia, Bruna diz que recebe mais manifestações de apoio e de carinho do que críticas.
“Quando alguém tenta me ofender me chamando de sapatão, eu abro um sorriso e desmonto a pessoa. Nas redes sociais, às vezes, sou atacada, aparece um falando: ‘você não é normal’. Coisas desse tipo…”, afirma, enfatizando que não dá espaço para hostilidades. “Reforço a minha determinação de seguir na luta”.
Bruna está namorando a DJ Marta Lopes, conhecida como Marta Supernova. Ela assumiu o romance em abril, e tem passado a quarentena ao lado de Marta, em sua casa, no Rio.