As empresas já começaram a incluir nomes no Cadastro Positivo, mas você sabe o que isso significa? Entenda o que é esse cadastro e conheça os seus direitos.
Redação | 9 de Dezembro de 2019 às 16:00
Em abril deste ano comentamos aqui na Coluna sobre as mudanças nas regras do Cadastros de Bons Pagadores. Há quase um mês, as regras foram regulamentadas e o Cadastro começou a ser alimentado. Financeiras e bancos foram os primeiros que começaram a prestar informações, na primeira quinzena de novembro.
Esse Cadastro emitirá uma pontuação indicativa de uma nota de crédito de cada cidadão. Assim, os bancos e financeiras poderão fazer uma análise individualizada do risco de crédito de cada consumidor. Ou seja, poderão analisar quem costuma pagar as contas em dia e quem costuma ficar endividado.
Quem paga as contas em dia ganhará pontos. Quem costuma atrasar o pagamento de empréstimos, fatura do cartão, contas de serviços, etc., perde pontos. Os bons pagadores conseguirão negociar financiamentos de longo prazo com taxas de juros mais baixas. Esse Cadastro deve ser usado como uma arma a seu favor. Se você pretende financiar um carro ou imóvel nos próximos anos, se mantenha em dia com suas obrigações. Com isso você poderá ter vantagem se conseguir manter sua pontuação em alta.
Antes dessa nova sistemática a análise de crédito era feita de forma mais generalizada. Os bancos tinham em conta um percentual de pessoas endividadas na população brasileira. Esse percentual era apurado em levantamentos feitos pelo Banco Central. Nos meses de aumento do endividamento das famílias as taxas de juros para empréstimos e financiamento subiam. Assim, subia a taxa de juros do cheque especial, do rotativo do cartão de crédito, do crédito pessoal e até do crédito consignado para empregados do setor privado.
Quando foi criado, em 2011, era facultativo. Houve pouca adesão por pessoas físicas e jurídicas. Agora se tornou obrigatório e automático. As empresas são obrigadas a compartilhar as informações de pagamento de seus clientes. Assim, cerca de 100 instituições financeiras passaram a compartilhar informações de pagamentos de seus clientes com o gestor do Cadastro.
Bancos e operadoras de cartões de crédito começaram a enviar informações nessa nova fase de implementação do Cadastro. Segundo o SPC Brasil, o banco de dados passou a incluir cerca de 110 milhões de nomes, de forma automática. Ou seja, sem necessidade de solicitação de inscrição.
A partir da segunda quinzena de novembro, passaram a ser compartilhadas informações de pagamento de contas de serviços. As concessionárias de serviços públicos fornecedores de água, luz, gás e de telefonia começaram a se adequar. Elas devem compartilhar informações sobre pagamentos de seus clientes. Aos poucos, lojas de varejo também serão integradas ao sistema. Com isso, os dados reunirão também informações de clientes excluídos da rede bancária. Ou seja, daqueles que não possuem conta em banco ou cartões de crédito.
Significa que, se você for cliente de um dos cinco maiores bancos do país, seu nome já está incluído no Cadastro. Mesmo que você não tenha solicitado sua inscrição. Mas isso é bom ou ruim? Para Gustavo Cerbasi, o Cadastro Positivo é extremamente importante e interessante. O guru das finanças pessoais compartilhou um vídeo comentando sobre as novas regras em suas redes sociais. Ele orientou a sanar os problemas e buscar quitar dívidas para limpar o nome.
Ainda de acordo com o SPC Brasil, contas pagas em dia terão peso maior frente as pontualmente pagas em atraso. Com isso, um maior volume de contas pagas em dia tende a diluir o efeito negativo das contas em atraso, que reduzem a nota de crédito.
Como o Cadastro é estruturado em forma de pontuação, as informações pessoais e de débitos dos consumidores deverão ser preservadas.
Cerbasi destacou que, segundo comunicado do SPC Brasil, o consumidor pode pedir sua exclusão do Cadastro a qualquer momento, gratuitamente. Para ele, esse pedido de exclusão pode prejudicar uma avaliação de crédito. Ela sugeriria que o consumidor teria o objetivo de esconder uma real situação de endividamento. Com o novo Cadastro de bons pagadores ele acredita que haverá um novo cenário de crédito. Provavelmente com redução das taxas de juros.
O especialista em finanças pessoais comentou ainda que cada consumidor deverá receber um comunicado individual. Seja através de e-mail, carta ou SMS. Essa comunicação deverá ser feita pelos bancos e instituições financeiras e deverá informar que o cadastro foi aberto no nome do cliente.
Você terá o direito de exigir financiamentos com taxas de juros reduzidas com base na sua nota de crédito. Peça ao gerente do banco que leve em conta esse critério. Isso pode ajuda, inclusive, na negociação de dívidas que você já tenha.