Conheça histórias e fatos surpreendentes sobre o brócolis

O brócolis divide opiniões. Ao redor do mundo, é possível encontrar pessoas que o amam e outras que o odeiam. Saiba mais sobre essa hortaliça!

Redação | 6 de Janeiro de 2022 às 11:00

azpworldwide/iStock -

O brócolis é uma hortaliça que divide opiniões. Ao redor do mundo, é possível encontrar pessoas que o amam e outras que o odeiam. Independentemente disso, sabe-se que o brócolis faz muito bem à saúde. Em outro post, falamos mais sobre as propriedades e os benefícios dele. A seguir, confira histórias e curiosidades sobre o brócolis contada por ele mesmo. Você irá se surpreender!


Em março de 1990, o presidente George H. W. Bush admitiu a um repórter que me odiava tanto que me proibiu no avião presidencial.

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A declaração levou a Associação Unida de Frutas e Hortaliças Frescas a entregar três caixotes meus mais um buquê de minhas flores à Casa Branca três semanas depois. A entrega representou cerca de 9 mil quilos meus, que foram doados a bancos de alimentos locais. As caixas na Casa Branca incluíam “algumas receitas novas”, na esperança de fazer o presidente mudar de ideia. Não adiantou.

Desde então, sou uma “hortaliça política”, como disse um repórter, brincando com o papel metafórico de “coisa que o povo não quer” das mensagens do Partido Republicano sobre assistência médica barata, entre outras coisas. O presidente Barack Obama selou meu destino no lado esquerdo da salada americana quando me chamou de sua verdura favorita em 2013. 

Ame-o ou deixe-o

A verdade é que, por mais que goste de se queixar, você me come bastante. Só nos Estados Unidos, sou a décima hortaliça mais consumida; em 2020, cada americano comeu, em média, quase 3 quilos meus.

Mas, na verdade, sou “nós” (inclusive gramaticalmente). Sou da mesma espécie da couve, da couve-flor, da couve-de-bruxelas, do repolho, da couve-nabiça e da couve-rábano. Pense em nós como nos cães: um dinamarquês e um chihuahua são da mesma espécie, mas com características diferentes. 

Nós, Brassica oleracea, também somos assim. Nossas variantes foram criadas com cruzamentos seletivos, escolhidos para acentuar características diferentes da planta, assim como o buldogue foi selecionado para ter a pele muito enrugada e o galgo, para ser esguio e flexível.

A anatomia do brócolis

O chamado brócolis americano foi selecionado especificamente pela haste e pelos capítulos florais. As bolinhas verdes que formam os floretes são florezinhas à espera de se abrir. O talo grosso é a haste da planta; o meu é gostoso e carnudo, embora um pouco rijo por fora.

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Selecione na mesma planta um único botão grande no alto do talo e terá o repolho. Se selecionar folhas boas e macias, terá a couve. Selecionar brotos laterais pronunciados (aqueles que ficam nas ramificações da minha haste) resulta em couve-de-bruxelas, que cresce como repolhinhos na extensão do talo. Selecione apenas o talo mais carnudo e suculento e terá couve-rábano.

Nosso cheiro sulfuroso (pior no repolho e na couve-de-bruxelas, embora esteja em todos nós) se deve a compostos químicos chamados glicosinolatos. Acredita-se que protejam do câncer e de doenças inflamatórias, mas, por conterem enxofre, também são responsáveis por aquele cheiro desagradável que faz com que muitos me evitem. Os glicosinolatos são parte do meu sistema de defesa vegetal. Não são malcheirosos nem amargos quando você me deixa em paz, mas, se minhas células forem danificadas, eles se decompõem e liberam o mau cheiro. Quanto maior o dano celular, mais forte fica o cheiro. 

Dicas para cozinhar brócolis

Portanto, quanto mais você me picar, mais vou cheirar. Acontece o mesmo se me cozinhar lentamente em temperatura baixa por muito tempo. O segredo para evitar o cheiro é o preparo rápido – me escaldar em água fervente, me assar em calor forte (acima de 230°) ou me tostar na brasa. Esse calor elevado impede a conversão dos glicosinolatos em cheiro forte.

Um último conselho para me usar na cozinha: não desperdice meu talo! Às vezes, a casca é fibrosa, mas, se for aparado ou descascado, o talo em si é delicioso. Crocante, refrescante e macio, pode ser servido cru em saladas: corte o talo em pedaços do tamanho de meus floretes para me usar inteiro. Afinal, embora eu seja uma hortaliça política, esquerda e direita podem  se unir para aproveitar ao máximo que tenho a oferecer.

por Kate Lowenstein e Daniel Gritzer 

Kate Lowenstein é jornalista especializada em saúde e editora-chefe da revista Vice; Daniel Gritzer é diretor culinário do site Serious Eats.

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