10 livros de autores LGBTs para você conhecer

Veja essa lista especial que preparamos e conheça 10 livros escritos por autores LGBTs e amplie seu repertório.

Arman Neto | 18 de Junho de 2021 às 20:03

Maria Korneeva/iStock -

Quantos autores LGBTs você conhece? Quantos vocês já leu? Para alguns, essa pode ser uma pergunta banal, mas a verdade é que muitas vezes a gente nem se dá conta de quem são os autores que estamos lendo. 

Leia também: Você sabe o que significa LGBTQIA+? 

Como já mostramos com a lista de 35 livros de autores negros para se ter outra perspectiva do mundo, poucas coisas nesta vida nos ensinam mais sobre o outro do que os livros. O mesmo pensamento pode ser aplicado à orientação sexual dos autores que lemos. 

E como o escritor Lucas Rocha contou em sua coluna, aqui no site, há constantes tentativas de censura das vivências LGBTQIA+ na literatura.

Pensando nisso, preparamos esta lista com 10 livros de autores LGBTs para que você possa aumentar o seu repertório e começar a pensar um pouco mais a respeito dos autores que lê. Vem com a gente! 

10 livros de autores LGBTs para conhecer

“O quarto de Giovanni”, de James Baldwin

Imagem: Divulgação

James Baldwin não é só um dos maiores escritores estadunidenses, mas também mundiais. Respeitadíssimo pelos seus trabalhos como romancista, ensaísta, dramaturgo, poeta e crítico social, ele também foi um defensor ferrenho dos direitos humanos.

Publicado pela primeira vez em 1956, O quarto de Giovanni é um romance que trata dos dilemas de David, um jovem estadunidense que, ao esperar por sua namorada na França, acaba por se apaixonar por Giovanni, um garçom italiano. 

“Amora”, de Natalia Borges Polesso

Imagem: Divulgação

Natalia Borges Polesso é um dos nomes de maior destaque da literatura brasileira contemporânea. Além de escritora, também é tradutora e doutora em Teoria da Literatura. 

Amora é um livro de contos que reúne histórias que giram em torno de relacionamentos lésbicos. Mas não só. Na obra, Natalia passeia pelos mais diversos afetos que fazem parte da nossa vida.

O livro foi vencedor do Prêmio Jabuti, em 2016, e ganhou uma tradução em inglês em 2020.

“Água doce”, de Akwaeke Emezi

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Como informa a sua editora no Brasil, Kapulana, Akwaeke Emezi é ọgbanje e fez algumas cirurgias para adequar seu corpo – seu receptáculo –, para que reflita sua natureza, incluindo a retirada do útero e redução dos seios. Por sua realidade espiritual, identifica-se como não binário/trans e, em inglês, usa pronomes neutros; no Português, pede que seja referido no masculino – lido como neutro.”

Em Água doce, Akwaeke Emezi escreve uma história na qual os ọgbanje são narradores de grande parte do romance e personagens fundamentais. O livro é uma obra que celebra a possibilidade do ser múltiplo, com os muitos “eus” que podem existir dentro de qualquer um.

“Todos nós adorávamos caubóis”, de Carol Bensimon

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Vencedora do Prêmio Jabuti, Carol Bensimon é uma das grandes escritoras brasileiras contemporâneas. De Porto Alegre, ela é também tradutora.

Todos nós adorávamos caubóis é seu terceiro livro, mas apenas seu segundo romance. Na obra, Bensimon narra a história de duas amigas e ex-companheiras em uma road trip que não passa só pelas estradas do Rio Grande do Sul, mas também por memórias e antigas mágoas.

“E se eu fosse pura”, de Amara Moira

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Amara Moira é travesti, feminista, doutora em Crítica Literária pela Unicamp e professora de Literatura.

Em E se eu fosse pura, a autora faz um relato autobiográfico a respeito de sua transição de gênero e as experiências como profissional do sexo. Na obra, “Amara mostra a vida por trás dos panos da profissão mais mal falada do mundo, mostrando as angústias, os medos, os preconceitos, mas também, por que não?, os prazeres que ali conheceu.”

“O que ri por último”, de João G. Junior

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João Gomes Junior é um jovem poeta de Queimados, município do Rio de Janeiro. Além disso, é professor, historiador, poeta, militante LGBTQ+ e criador do projeto No seu tempo não tinha isso?, no qual compartilha histórias e memórias de personalidades, relações e afetos LGBTs de todos os tempos.

Em O que ri por último, João versa sobre intimidade, relacionamentos e segredos. É um abrir-se para o mundo por meio de uma poesia sensível e sincera de um poeta que se desnuda para vida. 

“Devassos no paraíso”, de João Silvério Trevisan

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João Silvério Trevisan é um ativista pelos direitos humanos considerado um pioneiro do movimento de pessoas LGBTs no Brasil. É romancista, contista, ensaísta, roteirista, diretor de cinema e dramaturgo.

Devassos no paraíso é um clássico que desde a década de 1980 vem servindo de referência, por conta do seu “diálogo com diversos campos de conhecimento e expressões de nossa cultura — cinema, teatro, política, história, medicina, psicologia, direito, literatura, artes plásticas etc.”

Trevisan faz em no livroum estudo pioneiro sobre a homoafetividade no Brasil, influenciando desde ações emancipatórias até pesquisas sobre gênero e sexualidade a respeito da comunidade LGBT. 

“Febre tropical”, de Juliana Delgado Lopera

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Juliana Delgado Lopera nasceu em 1988, em Bogotá, Colômbia, mas desde 2003 vive nos Estados Unidos. Ativista, tem se envolvido em diversos movimentos e projetos queers. 

Febre tropicalé o primeiro romance de Lopera e trata de relações familiares, imigração, da busca por si e de dilemas típicos da adolescência. 

“Guardei no armário”, de Samuel Gomes

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O currículo de Samuel Gomes é impressionante: escritor, palestrante, criador de conteúdo, apresentador, motion designer, diretor de criação e consultor de diversidade. Não fosse o bastante, foi eleito Top Voices, em 2019, pelo Linkedin. 

Em Guardei no armário: Trajetórias, vivências e a luta por respeito à diversidade, faz um poderoso relato de como foi ter saído da periferia de São Paulo e conquistado tudo o que conquistou, mesmo enfrentando sempre não só o racismo como também a homofobia.

“Fun home”, de Alison Bechdel

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Alison Bechdel é uma cartunista estadunidense que chamou a atenção da crítica por conta da série de tirinhas Dykes to watch out for, que ainda nos anos 1980, já tratava de relacionamentos lésbicos. 

Bechdel também é a criadora do famoso Teste de Bechdel, que avalia como as personagens femininas são representadas em produções cinematográficas. O teste apareceu pela primeira vez em uma tirinha de Dykes to watch out for, no qual uma personagem feminina diz que só assiste a um filme se ele cumprir os seguintes requisitos:

Para você ver como Bechdel é importante! Por isso recomendamos Fun home, quadrinho de sua autoria que é considerado um marco do gênero, quando se trata de narrativas autobiográficas. Na obra, Bechdel explora a difícil, dolorosa e comovente relação com o pai. Sensível e tocante.