15 obras da literatura brasileira que todo vestibulando precisa ler

Embora algumas universidades apresentem listas específicas de livros, outras obras da literatura brasileira podem ajudá-lo no vestibular.

Letícia Taets | 27 de Agosto de 2021 às 15:00

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Um dos momentos mais temidos pelos estudantes brasileiros, o vestibular, não precisa ser necessariamente um bicho de sete cabeças. Para além de uma boa preparação com simulados, exercícios e estudos dirigidos, fazer boas leituras de autores brasileiros também pode ser excelente ajuda para se preparar para esse momento desafiador. Aqui no site nós já demos dicas de 17 livros da literatura brasileira para ler antes de morrer, mas hoje iremos trazer uma lista especial que vai ajudá-lo a mandar bem no vestibular!

Embora diferentes vestibulares apresentem listas específicas de livros, como os da Uerj, da Fuvest e da Unicamp, existem algumas obras que podem te ajudar a formar uma boa bagagem não apenas para as provas do vestibular, mas também para a vida. Veja algumas obras da literatura brasileira que podem ajudá-lo.

1. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil, de Darcy Ribeiro

Imagem: Reprodução/Divulgação

Darcy Ribeiro é considerado um dos principais sociólogos do Brasil, com uma vasta obra muito importante para o entendimento da nação brasileira. Em “O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil, um de seus principais livros, o autor analisa as diferentes matrizes culturais e étnicas do nosso povo tão diverso. É uma leitura que pode auxiliá-lo bastante nas questões da área de humanas e na escrita da redação.

2. Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto

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Uma das principais obras do momento considerado como o pré-modernismo na literatura brasileira, o clássico “O triste fim de Policarpo Quaresma” narra a história do protagonista, um verdadeiro patriota, apaixonado pelo Brasil, e as consequências desse ufanismo para a sua vida. Considerada a obra-prima de Lima Barreto, a crítica inteligente do autor à sociedade brasileira da época projeta este livro ao patamar de leitura imperdível.

3. Brasil: uma biografia, de Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa M. Starling

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Neste livro, Schwarcz e Starling propõem, a partir de vasta documentação original e rica iconografia, uma nova história do Brasil. Nessa travessia de mais de 500 anos, debruçam-se não somente sobre a “grande história” do Brasil, mas também sobre o cotidiano, a expressão artística e a cultura: a “pequena história” do Brasil.

4. Quincas Borba, de Machado de Assis

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Escrito por Machado de Assis, um dos maiores autores do Brasil, “Quincas Borba” é um clássico da literatura brasileira e narra a história de Rubião, um professor de Barbacena que herda os bens de seu amigo Quincas Borba, com a condição de cuidar do cão do falecido, que possui o mesmo nome do dono, ou seja, Quincas Borba. O novo rico, então, muda-se para o Rio de Janeiro e passa a ser explorado por “amigos”, como o casal Sofia e Cristiano Palha. Assim, em meio a ironias, o narrador relata o gradual processo de enlouquecimento de Rubião, criticando as hipocrisias da sociedade brasileira à época.

5. Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda

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O livro “Raízes do Brasil” foi lançado em 1936. Como o próprio título diz, o livro investiga as origens da formação do povo brasileiro. Para tanto, Sérgio Buarque utiliza as teorias sociológicas do alemão Max Weber para compor seu estudo. É deste livro que surge a teoria do brasileiro como o “homem cordial”, cujas ações partiriam do coração, privilegiando sempre a família e os amigos, em detrimento do bem-estar público.

6. Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles

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Considerada por muitos a obra-prima da poeta carioca Cecília Meireles, “Romanceiro da Inconfidência” é uma coletânea de poemas da escritora brasileira, publicados em 1953, que narram a história de Minas Gerais do início da colonização, no século XVII, até a Inconfidência Mineira, revolta ocorrida em fins do século XVIII, na então Capitania de Minas Gerais.

7. Angústia, de Graciliano Ramos

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Apesar de ser mais conhecido pelo clássico da literatura brasileira, “Vidas secas” (1938), o escritor alagoano Graciliano Ramos também tem em seu currículo outras obras fantásticas. Uma dela é “Angústia”, lançada em 1936. À época, o autor havia sido preso pela polícia política de Getúlio Vargas, mesmo sem uma acusação formal, e contou com a ajuda de amigos para o lançamento. O livro narra a história do protagonista Luís da Silva, trabalhador brasileiro que se vê paralisado diante de um Brasil em um constante ritmo de modernização e ainda tão pobre em muitos aspectos.

8. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal, de Milton Santos

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Um dos maiores geógrafos do Brasil e celebrado mundialmente, Milton Santos foca, neste livro,na periferia mundial, a ideia de que é preciso uma nova interpretação do mundo contemporâneo. Milton propõe uma análise multidisciplinar, que tenha condições de destacar a ideologia na produção da história, além de mostrar os limites do seu discurso frente à realidade vivida pela maioria dos países do mundo. A informação e o dinheiro acabaram por se tornar vilões, à medida que a maior parte da população não tem acesso a nenhum dos dois.

9. O ateneu, de Raul Pompeia

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Considerado o único romance impressionista de um autor brasileiro, “O ateneu” narra a história de Sérgio, estudante matriculado em um colégio interno chamado Ateneu, aos 11 anos. A construção da narrativa e as relações afetivas entre os alunos e professores foi considerada revolucionária para os padrões da época, alçando Raul Pompeia ao posto de um dos principais autores pré-modernistas do Brasil.

10. Seminário dos ratos, de Lygia Fagundes Telles

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Uma das principais e mais brilhantes escritoras do Brasil, Lygia Fagundes Telles escreveu romances, peças, poemas e contos. No livro, uma coletânea de contos da autora, lançado originalmente em 1977, a autora passeia com maestria pela realidade e pela fantasia. No conto que nomeia o livro, ratos tomam conta de um seminário e passam a governar o país em que vivem. Há a presença da simbologia própria do realismo fantástico.

11. Os sertões, de Euclides da Cunha

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“O sertanejo é, antes de tudo, um forte.” A frase, retirada da obra “Os sertões”, é um clássico da literatura brasileira, bem como o livro de onde foi retirada. Escrito por Euclides da Cunha, a partir de sua viagem como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo para Canudos, na Bahia, para a cobertura da Guerra de Canudos, é considerado o primeiro livro-reportagem do Brasil. Lançado originalmente em 1902, este livro é obra fundamental para entender as desigualdades do nosso país, marcado desde a colonização por profundos desníveis estruturais.

12. Crônicas da província do Brasil, de Manuel Bandeira

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Mais conhecido por sua bela e extensa obra poética, o modernista Manuel Bandeira também escreveu ensaios. Em “Crônicas da província do Brasil”, originalmente lançado em 1937, estão reunidos 47 textos do autor, publicados em diversos jornais, que retratam o Brasil da época no cotidiano: a arquitetura das cidades, a boemia e a vida acontecendo. Fundamental para compreender melhor o Brasil no período varguista.

13. O capitalismo global, de Celso Furtado

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Considerado um dos maiores economistas do Brasil, Celso Furtado lançou dezenas de livros ao longo de sua vida. Em “O capitalismo global”, o autor analisa, em ensaios, os desdobramentos do sistema capitalista na contemporaneidade, centrado no papel dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento para a manutenção da ordem mundial. Sempre com um olhar crítico e aguçado.

14. Nove noites, de Bernardo Carvalho

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Lançado em 2002, “Nove noites”é um romance contemporâneo de Bernardo Carvalho. Nele, um homem tenta descobrir o motivo do suicídio do antropólogo norte-americano Buell Quain – fato ocorrido em 1939 – , no Brasil, durante o Estado Novo. Ao longo do romance, é possível identificar diversos elementos da repressão da ditadura varguista e do clima fascista presente no Brasil à época.

15. Poemas escolhidos, de Gregório de Matos

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Considerado o primeiro grande poeta da literatura brasileira, Gregório de Matos foi um dos maiores precursores do movimento barroco no nosso país. Com uma obra repleta de contradições e excessos, o autor escrevia tanto poemas satíricos, rindo da sociedade baiana e da brasileira em geral à época, quanto poemas líricos cheios de beleza e encanto.