Proteção florestal bem sucedida e outras boas novas

Grande descoberta de artefatos antigos, proteção florestal bem sucedida e mais outras boas novas que farão você se sentir melhor.

Rayane Santos | 7 de Outubro de 2021 às 11:00

Cortesia da Dra. Elma Kay -

As coisas não andam fáceis para ninguém. Todos passam por períodos ruins, quando parece não haver nada de bom acontecendo. E, por isso, todo mundo precisa ouvir boas novas de vez em quando.

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Confira a seguir 5 dessas boas novas que farão você acreditar que dias melhores virão.

Proteção para a floresta tropical 

As florestas tropicais são famosas por serem o hábitat de muitas espécies da flora e da fauna, além de eficientes na fixação de carbono. Mas o desmatamento causado pela agropecuária e pelo desenvolvimento é uma ameaça constante: entre 2010 e 2020, a América do Sul perdeu, em média, 2,6 milhões de hectares de floresta por ano.

Agora, uma parte da floresta de Belize tem garantia vitalícia contra esse destino. Em abril, uma coalizão de 16 parceiros conservacionistas, entre eles a Nature Conservancy, entidade global sem fins lucrativos, comprou cerca de 95 mil hectares de terra da madeireira Forestland Group. Chamada pelos novos guardiães de Floresta Maia de Belize, a área é um hábitat fundamental para onças, macacos-aranha e uçuaranas.

“Se essa área não fosse comprada, o futuro provável seria o desmatamento total para a agricultura mecanizada em grande escala ou para a criação de gado”, diz Elma Kay, diretora científica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Universidade de Belize.

A área não é habitada há 200 anos, graças, principalmente, ao terreno acidentado. Kay, que comanda a equipe de ligação com as comunidades locais, espera que a região atraia turistas; dentre suas características formidáveis há os poços naturais chamados cenotes. A proteção da Floresta Maia de Belize também pode inspirar programas para tornar mais sustentável a agricultura na região adjacente.

Agora, os conservacionistas da floresta se dedicarão a outro projeto próximo: proteger o Corredor da Floresta Maia com a compra de pelo menos 12.140 hectares de selva biodiversa que liga os Montes Maias à Floresta Maia de Belize.

Grande descoberta de artefatos antigos

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Em março, Richard Brown e Giselle Eagle, administradores da Ilha de Skokholm, ao largo do País de Gales, viram coelhos desenterrar, aparentemente, seixos e cacos de cerâmica. Os dois tiraram fotos e, depois da análise de especialistas, descobriram que os coelhos tinham desenterrado descobertas extraordinárias: os “seixos” eram restos de ferramentas de 9 mil anos da Idade da Pedra, enquanto os cacos eram de uma urna crematória de 3.750 anos, da Idade do Bronze.

A descoberta é a primeira prova da ocupação da ilha por caçadores -coletores; até então, os estudos só iam até a Idade do Ferro, que, na Grã-Bretanha, durou de 800 a.C. a 100 d.C. Quando forem suspensas as restrições a viagens em razão da Covid-19, os pesquisadores planejam visitar a ilha para novas explorações.

“Graças aos olhos atentos dos guardiães, temos as primeiras ferramentas mesolíticas e cerâmicas da Idade do Bronze confirmadas em Skokholm”, disse Toby Driver, arqueólogo da Commissão Real do País de Gales. É claro que os coelhos também merecem parte do crédito.

Guepardos ameaçados têm um retorno histórico

Boas novas sobre esses incríveis felinos. (Imagem: Aida Servi/iStock)

Quase 70 anos depois de serem caçados até a extinção, os guepardos da Índia finalmente vão voltar. Num projeto encabeçado pelo Ministério de Meio Ambiente, Florestas e Mudança Climática do país, até 40 guepardos africanos serão levados para lá. Os primeiros chegarão até o fim de 2021 ao Parque Nacional Kuno, uma área de 74.800 hectares com uma população saudável de porcos e bovinos. Havia 100 mil guepardos no mundo na virada do século 19; hoje, só sobrevivem 7.100.

Os ecologistas esperam que os guepardos contribuam para preservar os prados da Índia, que estão diminuindo; se preservadas, essas regiões ajudarão o país a atingir a meta de redução de carbono estabelecida no Acordo de Paris de 2015.

Solução ecológica para o chiclete jogado fora

O setor multibilionário dos chicletes impõe um custo ao planeta. Por geralmente serem feitos de polímeros sintéticos, como plástico e borracha artificial, os chicletes comuns não são biodegradáveis. É por isso que o chiclete descartado fica tanto tempo grudado em superfícies. Para resolver o problema, os empreendedores Peter Juul Regnersgaard e Morten Ebdrup, da Dinamarca, criaram uma alternativa sem plástico.

Aberta em 2017, a True Gum produz por dia 400 mil chicletes sem plástico na fábrica de Copenhague. Agora, habitantes dos Países Baixos, da Alemanha, Suécia e Bélgica mascam True Gum. Se a versão ecológica pegar, pode ser o fim das calçadas cheias de chiclete no mundo inteiro. 

O indígena produtor de máscaras do Canadá

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Quando a pandemia chegou à Primeira Nação de Frog Lake, no oeste do Canadá, Jacob Faithful, dono de uma empresa de produtos de limpeza, recebeu de amigos e vizinhos pedidos de equipamento de proteção individual (EPI), como as máscaras. O surto afetou de forma desproporcional os povos indígenas dessa parte do país, inclusive Frog Lake, que tem uma população de 2.100 pessoas. 

Mas os EPIs continuaram difíceis de encontrar, ainda mais em comunidades remotas. Em novembro passado, Faithful teve uma ideia: por que não produzir mais caras em Frog Lake?

Na quadra de um posto de saúde local, sua empresa se tornou a primeira fábrica de máscaras do país pertencente e operada por indígenas a ser instalada numa reserva. Young Spirit Supplies, que recebeu o nome do grupo de canto tradicional de Faithful, agora emprega 30 pessoas e produz 100 mil máscaras por dia, enviadas para o Canadá e para o mundo. “Realmente sinto que causamos uma mudança significativa”, diz ele. Faithful planeja construir instalações próprias em Frog Lake no fim deste ano.

Gostou dessas boas novas? Elas fazem parte da edição de outubro da revista Seleções. Você pode conferir esse e outros artigos da edição desse mês e muito mais na nossa Biblioteca Digital!