Eldorado: a lendária cidade de ouro realmente existiu?

O mito do Eldorado encantou o Velho Mundo. Mas esse lugar com inúmeras riquezas realmente existiu? Confira!

Julia Monsores | 29 de Janeiro de 2020 às 21:00

Divulgação/Google -

O ouro é o suor do Sol. Pelo menos assim pensavam os índios sul-americanos chibchas, e os conquistadores espanhóis do século XVI, ávidos por tesouros, concluíram que isto significava que as reservas indígenas do precioso metal eram limitadas. 

Depois de descobrirem as imensas riquezas dos astecas e dos incas, convenceram-se de que seriam encontrados mais tesouros no interior da América do Sul, onde cidades inteiras, países inteiros de ouro estariam esperando para serem saqueados. 

Chamaram o lugar mítico de Eldorado, mas na realidade o Eldorado não era uma cidade nem um país.

Ritual de coroação

Rezava a lenda que, quando um novo rei era coroado, os membros da tribo chibchas untavam-no dos pés às cabeças com uma mistura de resina pegajosa e pó de ouro, até ele resplandecer, refletindo os raios do deus Sol que a tribo venerava. Depois, o rei era levado até o meio do vizinho lado Guatavita. Retirava lentamente o ouro do corpo e lançava-o para a água. Por fim, mergulhava e lavava todo o ouro ainda aderido à pele. Os homens da tribo atiravam então ainda mais ouro na água. 

Foram realizadas tentativas posteriores para drenar o lago e recuperar o ouro, fracassaram. Até onde se sabe, o ouro ainda está lá, oculto, em tributo ao homem dourado.

Buscas infindáveis pelo ouro de Eldorado

Não só espanhóis, mas também alemães, portugueses e até o cortesão da rainha Elizabeth I, Walter Raleigh, fizeram viagens infrutíferas às selvas sul-americanas em busca do ouro. 

Apesar de terem fracassado, estes exploradores ajudaram a pôr o continente no mapa, trazendo informações inestimáveis acerca das populações e da geografia das terras por onde tinham viajado.

O mito do Eldorado encantou o Velho Mundo. O poeta inglês John Milton usou-o em Paraíso Perdido, de 1667, e um século depois o filósofo francês Voltaire utilizou-o em Cândido. Nessa época, a lenda da cidade que nunca existiu já estava tão entranhada na tradição européia como o ouro na lama do lago colombiano. 

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