Animais “perigosos” no banco dos réus

A lei moderna não reconhece a ideia de que animais podem cometer um crime, mas na Europa medieval a coisa era diferente. Divirta-se e melhore o seu humor!

Douglas Ferreira | 20 de Agosto de 2020 às 11:00

damedeeso/iStock -

Não havia dúvidas da culpabilidade do réu. No ano de 1314, ele matara voluntariamente um homem no condado francês de Valois. Várias pessoas tinham testemunhado o ataque sangrento e selvagem, e ele foi condenado à morte e enforcado por ordem do parlamento provincial.

O réu era um touro.

Que comece o julgamento!

A lei moderna não reconhece a ideia de que animais podem cometer um crime, mas na Europa medieval era comum eles serem acusados de toda a espécie de delito – de feitiçaria a assassinato. Veja abaixo alguns casos inacreditáveis:

Bovinos e suínos eram as vítimas mais frequentes, mas outros animais iam também a julgamento. Os suíços, por exemplo, acusaram muitas vezes minhocas de destruírem as colheitas, e em 1487 as autoridades francesas do ducado de Savóia processaram escaravelhos por saquearem suas vinhas.

Quase um século depois, os ratos de Autun, no centro da França, foram intimados a comparecer ao tribunal, acusados de infestarem casas e celeiros. Eles não compareceram, e o advogado alegou que suas vidas correriam perigo devido à quantidade de gatos nas imediações. O tribunal deveria garantir a segurança de seus clientes na ida para o julgamento e no regresso. O caso foi adiado indefinidamente.

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No século XV, um galo da cidade suíça de Basileia não teve tanta sorte. Foi acusado de ter posto um ovo, o que aquela gente supersticiosa considerou indicação de que ele era feiticeiro. Depois de julgado, o galo foi amarrado a uma estaca e queimado com o ovo.

Em Lavegny, França, uma porca que matara e comera parcialmente uma criança foi enforcada por assassinato. No entanto, os seu seis leitões cúmplices foram poupados, por serem muito novos para responder pelo que faziam.