Encante-se com as fotos espetaculares tiradas de dentro da cabine do avião por um piloto apaixonado pela arte da fotografia.
Redação | 10 de Novembro de 2018 às 17:00
Quando Paul Fox era menino, o piloto de um voo de férias até Corfu, na Grécia, o deixou visitar a cabine do avião. “Foi uma experiência maravilhosa, que me fez ter vontade de voar”, diz ele. Agora, com 46 anos, ele é piloto de linha aérea. Fotógrafo apaixonado, começou a tirar fotos espetaculares da cabine do avião “para quem não pode ver as paisagens que vemos. Temos uma espantosa visão de 180°, e a clareza é incrível. Uma ou duas vezes por mês, pelo menos, há uma vista de tirar o fôlego, geralmente um nascer ou pôr do sol”.
Assim, quando o avião está no piloto automático e o copiloto assume o controle, Fox pega sua câmera Nikon e registra fotos espetaculares como as deste slideshow. Os passageiros não correm nenhum risco, explica ele para tranquilizar. Os aviões são mais seguros quando pilotados por computadores. “Em determinadas condições muito ruins, não temos permissão de pilotar o aparelho manualmente”, acrescenta Fox, ressaltando que aviões comerciais não voariam tão próximos uns dos outros, como mostra a foto do quarto slide, caso seres humanos tentassem mantê-los exatamente à mesma distância um do outro.
Fox nasceu para ser piloto.
O pai e a mãe serviam na RAF, a Real Força Aérea do Reino Unido, e poucos dias depois de nascer ele fez seu primeiro voo da Inglaterra à Alemanha, onde o pai estava estacionado.
“Fui dos Cadetes Aéreos [grupo infantojuvenil da RAF] quando menino. Pilotei planadores e aviões de treinamento Chipmunk. Queria muito entrar para a Força Aérea e pilotar jatos velozes, mas tinha hipermetropia, e eles nunca me aceitariam. Só muito depois percebi que poderia pilotar aviões comerciais.”
Ele começou a vida profissional como advogado, mas a profissão não era para ele. Em seguida, veio um período como guia de uma agência de turismo, levando viajantes em safáris na Tanzânia e caminhadas pelas montanhas do Quirguistão, na Ásia Central.
Fox finalmente começou a trabalhar como piloto comercial no interior de Botsuana. “Aquela é a pedra preciosa oculta da África. Voar lá me ensinou a lidar com todo tipo de situação, de tempestades de raios a tempestades de areia. Era uma glória, e a vida selvagem era fenomenal.” Por fim, chegou a hora de crescer e arranjar emprego estável como piloto de linha aérea. Mas o amor à aventura nunca o deixou.
A outra paixão da vida de Fox é o alpinismo. “Durante anos, tive o sonho de andar na neve funda e ir ao Everest.” E em 2015, ele realmente esteve na face norte do Everest, mas um terremoto devastador atingiu o Nepal e o forçou a abandonar a escalada.
Sem desanimar, ele retornou em 2017 e chegou ao cume. Ainda assim, Fox admite: “Quando alcançamos o pico, estávamos no meio de uma nevasca, e não havia vista nenhuma. Foi a suprema ironia.”
Por DAVID THOMAS