Histórias que nos fazem acreditar em um mundo melhor

Histórias positivas que chegam até nós e nos deixam mais confiantes de que o futuro pode ser mudado. Inspire-se e faça um mundo melhor!

Thaís Garcez | 26 de Abril de 2020 às 16:00

Danka Peter/Unsplash -

Histórias positivas são inspiradoras, portanto reforçam nossas esperanças em um mundo de paz, caridade e pessoas engajadas.

Vencendo as minas

Tecnologia

Massoud Hassani, de 32 anos, tem uma missão. Ele quer, antes de tudo, livrar o mundo das minas terrestres não detonadas com rapidez e segurança. O desenhista industrial passou a infância no Afeganistão, país flagelado por até dez milhões delas. Dessa forma, “Cada mina destruída é uma vida salva, e todas as vidas contam”, diz ele.

Hassani criou sua primeira invenção no último ano de faculdade nos Países Baixos, onde mora hoje. Inspirado pelos brinquedos leves de papel que fazia quando menino, ele imaginou uma bola gigante de varetas de bambu e pés de plástico. Leve o bastante para ser soprada pelo vento, mas com peso suficiente para detonar as minas, a chamada “Mine Kafon” pode percorrer campos minados sem que seres humanos corram risco.

O projeto mais recente de Hassani é ainda mais ambicioso. O Mine Kafon Drone, que já obteve mais de 170 mil libras numa vaquinha pela Internet, pode mapear, perceber e detonar minas. A ideia é que seja mais seguro, barato e rápido do que a tecnologia atual para eliminar minas. Os testes começaram em 2017. A meta de Hassani: “Limpar o mundo de minas nos próximos dez anos.”

Os amigos carteiros da Finlândia

Sociedade 

Conforme cai o volume de correspondência na era da Internet, o Posti, serviço postal finlandês, busca maneiras de ocupar os funcionários. A mais recente é oferecer um “amigo ao ar livre” que leve idosos para passear. “O objetivo é oferecer a eles vitalidade e conversa”, diz Petri Kokkola, chefe de serviços domésticos do Posti.

Saiba mais sobre idosos e sua amizade com jovens nesta matéria.

Os passeios podem ser combinados uma ou duas vezes por semana, mas há um custo. Quatro visitas de 40 minutos custam 69 euros. Esse último plano segue o anúncio, em abril de 2016, de que funcionários do Posti estariam disponíveis para cortar grama nos meses de verão. Infelizmente, nem todos os finlandeses receberam de forma favorável as novas atividades da empresa. “Não comecem a cortar grama e levar alguém para passear antes de aprender a entregar pacotes no endereço certo!” foi um dos vários comentários nada amistosos na página do Posti no Facebook.

Quando o fim da linha vira o ponto de partida

Ideias a serviço do bem

A corrida foi um dos esportes urbanos que mais cresceram nos últimos anos. O esporte, entre muitos benefícios, ajuda a reduzir a gordura corporal, a ansiedade e a tensão e melhora a qualidade do sono. Leia mais sobre o sono em outra de nossas matérias.

Em 2008, Luiz Vieira Junior já praticava a corrida todos os dias em Baltimore. Lá, ele cursava doutorado na Universidade John Hopkins. Com o tempo, percebeu que algumas pessoas descartavam seus tênis após percorrerem 800 km. Assim, Luiz passou a trazer os pares para serem doados no Brasil. “Toda vez que eu vinha eram cerca de 70 kg de tênis na mala!” Quando chegavam, eram doados para escolas de áreas carentes.

“Mas, de fato, eu olhava e via que os calçados pareciam em boas condições. Comecei a recolhê-los para verificar se estavam mesmo”, recorda.

Mas, em 2013, a ideia se expandiu. Já integrado ao corpo docente da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Unicamp, Luiz pensou em reutilizar os tênis em pior estado. “Colocamos os tênis em um simulador, com o intuito de quantificarmos o que está acontecendo em seu sistema de absorção de impacto. Desse modo é possível saber quais pares ainda podem ser aproveitados por outros corredores”, explica o professor.

Até o momento, cerca de 500 pares que iriam para o lixo já foram doados para entidades de assistência que ensinam atletismo para crianças e jovens. Mas e quanto aos pares que realmente chegaram ao fim da linha? Nesse sentido, “Estamos estudando uma forma de utilizar os solados que não servem mais para uso; trituramos esse material e depois a borracha é usada para fazer pisos de playgrounds, pistas de atletismo e até mesmo mistura de concreto”, explica Luiz.

Sobretudo, o desafio agora é tornar o projeto sustentável com ajuda da iniciativa privada. “Queremos pensar nisso como uma forma de empreendedorismo social. A princípio a ideia é repassar a tecnologia para as comunidades carentes, que ficariam responsáveis pela triagem dos tênis e comercialização dos subprodutos.”