Anticoncepcional Masculino: conheça esta alternativa à vasectomia

Ainda são poucos os meios de contracepção destinados aos homens, porém, um grupo de cientistas na Índia trabalham em uma nova alternativa

Redação | 14 de Outubro de 2022 às 11:54

-

Ao longo dos anos, a ciência buscou desenvolver diversos métodos contraceptivos para o homem. Porém, seja um método químico, hormonal ou imunológico, os cientistas ainda não foram capazes de desenvolver um que seja reversível. No entanto, pesquisadores do Instituto Indiano de Tecnologia Kharagpur estão trabalhando para mudar essa história trabalhando num anticoncepcional masculino.

Lá, estão desenvolvendo o primeiro anticoncepcional masculino injetável. O Risug (Inibição Reversível do Esperma Sob Controle) promete ser uma alternativa à vasectomia, que atualmente, é uma das opções de contracepção para homens.

Leia também: Entenda como funciona a alegria à camisinhas

O Risug está na fase 3 de desenvolvimento, ou seja, está na etapa de estudo de eficácia em grandes grupos de pacientes. Portanto, além de verificação da sua eficiência, entende-se também quais são os efeitos colaterais e valor terapêutico.

Em artigo publicado no Basic and Clinical Andrology, os cientistas informam que por enquanto os resultados são bastante satisfatórios. Segundo eles, a taxa de falha segue em 0,98% dos casos, enquanto em 96% ocorreu a azoospermia, isto é, a falta de espermatozoides no fluido ejaculado.

Anticoncepcional Masculino

O Risug é uma promessa de alternativa de contracepção para os homens. Atualmente na fase 3 de desenvolvimento, julga-se que o projeto está em fase final de desenvolvimento, entretanto, os pesquisadores ainda encontram algumas dificuldades para seu aperfeiçoamento.

A principal delas é achar um método que possua baixa latência para iniciar e para parar de agir, isto é, que tenha os efeitos rapidamente identificados e concluídos. -E qual é a dificuldade nisso? Normalmente, a atividade dos métodos se dá em cima dos espermatozoides, que por sua vez, são produzidos diariamente e contar uma reserva no epidídimo.

Ou seja, por enquanto, na prática significa dizer que o casal não poderia imediatamente estar prática atos sexuais sem preservativos. Em verdade, devem esperar um determinado período de tempo que até o momento está sendo percebido entre 3 e 4 meses.

Como funciona

A maneira como age é similar ao da vasectomia, todavia, menos invasivo e com possibilidade de reversão fácil. O bloqueio é realizado através de um gel constituído por polímero anidrido maleico de estireno diluído em sulfóxido de dimetilo. Este gel é injetado nos ductos deferentes e desta forma causa uma obstrução.

Não obstante, além da obstrução física realizada pelo gel, a expectativa é que a substância também tenha a capacidade de destruir a capacidade de fertilização. Ou seja, acredita-se que o produto torna os espermatozoides que têm contato inférteis.

Aplicação do anticoncepcional masculino

No momento, a aplicação é feita por meio de uma cirurgia ambulatorial simples, com anestesia local. Contudo alguns efeitos colaterais leves foram registrados, são eles: Dor e/ou inchaço local durante algumas semanas.

A expectativa é que a alternativa tenha uma durabilidade de mais ou menos dez anos. Ou então, enquanto o paciente tiver desejo (dentro deste período). E sendo assim, a reversão é facilmente realizada por meio de uma injeção de bicarbonato de sódio com um anti-inflamatório.

O que ainda falta para o anticoncepcional masculino

Ainda resta superar alguns desafios para que ele seja comercializado. Talvez o mais difícil deles seja encontrar um financiamento justo. Segundo os pesquisadores do Risug, está é a grande preocupação da equipe no momento.

“Inicialmente, o Risug atraiu o interesse de companhias farmacêuticas. Porém, considerando que ele é um procedimento de baixo custo e realizado apenas uma vez, os fabricantes recuaram. As companhias farmacêuticas são relutantes quanto a perseguir a ideia (de contraceptivos masculinos) para evitar perder os prósperos mercados globais de contraceptivos femininos” informa a equipe em artigo publicado na Basic and Clinical Andrology.