Baby blues ou depressão pós-parto? Entenda a diferença

Já ouviu falar de baby blues? Descubra o que é, quais os sintomas e quais as diferenças entre baby blues e depressão pós-parto.

Ana Luiza Vasconcelos | 19 de Março de 2021 às 14:00

Jelena Stanojkovic/iStock -

É conhecido que as emoções podem ficar instáveis durante a gravidez, masvocê sabia que isso também ocorre após o nascimento do bebê? Quando a mãe dá à luz, as emoções provocadas por fatores hormonais podem, em alguns casos, causar um estado melancólico e de tristeza na mãe, mas isso não significa que ela não esteja feliz pelo nascimento do bebê. Esse período de humor instável é caracterizado como baby blues.

O que é baby blues?

Também chamada de depressão materna, o baby blues é como uma tristeza branda e passageira que traz à tona é sensações e sentimentos negativos após o nascimento do bebê. No entanto, esse sentimento não impede a mãe de realizar suas atividades, mas a afeta de alguma forma.

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Especialistas estimam que cerca de 70% a 80% das mães vivenciam o baby blues. Ele pode ocorrer desde os primeiros dois dias do nascimento e pode durar até algumas semanas

Os sintomas mais comuns que a mãe pode sentir são:

Caso esse estado se prolongue por mais de 45 dias, pode ser um indicativo de algum transtorno ou alteração emocional mais significativa como a depressão pós-parto.

Causas do baby blues

Acredita-se que a causa do baby blues sejam as alterações hormonais e químicas que ocorrem durante a gravidez e também após o nascimento. A queda repentina e enorme de estrogênio e progesterona no organismo da mãe no pós-parto contribuem para o quadro de tristeza. Além disso, outros hormônios produzidos pela glândula tireoide também podem cair bruscamente nesse período, aumentando a sensação de cansaço e tristeza.

Tratamento do baby blues

Por ser algo bastante comum, os médicos não tendem a recomendar qualquer tipo de tratamento medicamentoso para isso. Portanto, as melhores formas de tratar o baby blues é com o apoio familiar e terapêutico. Estar sempre conversando com alguém, expondo seus sentimentos e recebendo apoio já vai ajudar bastante.

Uma dieta equilibrada e saudável também pode amenizar os sintomas. Alimentos ricos em ômega-3, por exemplo, ajudam na manutenção e equilíbrio das funções cerebrais.

Diferença entre baby blues e depressão pós-parto

A depressão pós-parto não é um estado emocional temporário e brando como o baby blues, ela é caracterizada como um transtorno de humor.

Os sintomas de uma depressão pós-parto são bem mais intensos e duradouros e podem aparecer até dois anos depois do parto. Nesse período a mãe pode experimentar mudanças de humor severas, ansiedade, depressão, angústia, medos que não tinha antes, alteração de apetite, insônia ou hipersônia, dificuldade para tomar decisões com clareza, perda de interesse e prazer em atividades que antes ela gostava de realizar, diminuição ou perda da libido, falta de energia e motivação e choro excessivo. Clique aqui e entenda melhor o que é depressão pós-parto!

Causas da depressão pós-parto

Além de todas as questões hormonais que já contribuem para o quadro mais frágil e fatigado, outros fatores mais profundos podem causar a depressão pós-parto.

Geralmente, uma pessoa que já sofra com a depressão, esteja em algum momento delicado da vida ou tenha algum histórico de depressão na família, pode ter uma tendência maior a desenvolver a depressão pós-parto.

Questões pessoais quanto a vivência dessa mãe como a perda de um filho, a perda de outras gestações, uma gravidez indesejada, transtorno bipolar, problemas financeiros ou um mal relacionamento com o resto da família, também podem ser causadores e agravantes da depressão pós-parto.

Tratamento para depressão pós-parto

Por ser algo mais profundo que uma tristeza branda como no caso do baby blues, o tratamento para a depressão pós-parto vai depender do grau da depressão que a pessoa tem. O ideal é consultar um psiquiatra e um psicólogo para que eles possam avaliar se o caso pede medicação ou se apenas um acompanhamento psicológico através de terapia é suficiente. Caso a depressão não seja tratada, ela pode interferir no relacionamento e vínculo da mãe com o bebê, trazendo inúmeras complicações futuras.