Inclusão social: como falar com o seu filho sobre esse assunto

A inclusão social é capaz de transformar vidas, por isso, este é um assunto que os pais devem abordar com os filhos desde muito cedo.

Thayane Maria | 16 de Julho de 2021 às 17:00

Wavebreakmedia/iStock -

A inclusão social é o ato de integrar socialmente grupos historicamente marginalizados ou excluídos, por meio de ações da administração pública. O objetivo dessas ações é possibilitar que todos os cidadãos tenham oportunidades de acesso a bens, serviços e direitos comuns, como saúde, educação, emprego, renda, lazer e cultura.

Essa prática combate a segregação entre pessoas, além de ser a única potência presente na sociedade capaz de democratizar direitos, espaços e serviços para aqueles que não teriam nenhuma forma de acesso; a não ser por meio das leis e ações de inclusão social.

A importância de praticar a inclusão social começa na infância, quando os valores, a autoestima e o comportamento das crianças ainda estão sendo construídos. A escola é geralmente o principal alicerce para a inclusão, mas os pais devem fazer a sua parte em casa.

Livros, filmes, desenhos, atividades em família… existem muitas formas de apresentar este assunto para os filhos; como dar o exemplo, especialmente a necessidade de ter empatia, compreensão e senso de igualdade perante o próximo.

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Como praticar a inclusão social na infância?

A inclusão social é um dos principais recursos contra o preconceito, a discriminação e a exclusão de grupos sociais menos privilegiados. (Imagem: vejaa/iStock)

A inclusão social deve ocorrer em todas as áreas da sociedade. Apenas dessa forma será viável que a discriminação seja devidamente punida e, com a difusão das ações de inclusão, eliminada de vez do âmbito social.

Para as crianças, o esporte é uma das melhores formas de participação social. Arte, dança e música também são outras oportunidades incríveis para conscientizar, desde cedo, esses futuros cidadãos da importância da igualdade e inclusão, além de serem atividades com comprovado poder de transformar vidas.

Os pais, desde a primeira infância, devem envolver seus filhos em atividades em grupo com outras crianças. Na escola, os pais podem incentivar ações que viabilizem a inclusão, como atividades artísticas, aulas que abordem a diversidade, visitas escolares gratuitas a instituições científicas e a integração de deficientes em turmas regulares.

Atualmente, algumas das ações de inclusão social mais conhecidas são:

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Grupos mais afetados pela exclusão social

As crianças devem aprender sobre igualdade, diversidade e empatia tanto na escola quanto em casa. (Imagem: Rawpixel/iStock)

Historicamente, os grupos que mais sofrem preconceito e exclusão social são os negros, homossexuais, deficientes físicos, pessoas com necessidades especiais, transgêneros, indígenas e pessoas de baixa renda.

Pessoas com essas características foram oprimidas e distanciadas do meio social por muitos séculos. Dessa forma, ainda há um longo caminho a percorrer para erradicar de vez a exclusão social.

Esses grupos sofreram ao longo da história com a falta de acesso à saúde básica, ao saneamento, à educação, ao lazer e à moradia. Além do preconceito social, nenhum dos direitos básicos desses grupos eram atendidos, deixando-os completamente à margem da sociedade.

Conforme o processo de socialização foi evoluindo durante os séculos, mais pessoas passaram a se conscientizar sobre o tema. No começo do século XX, começaram a implementar as primeiras medidas públicas.

No entanto, foi apenas em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que a inclusão social começou a trazer, de fato, justiça para esses grupos sociais e para os seus descendentes.

Inspirada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, garante, ao menos juridicamente, os direitos, ações e leis baseadas na inclusão social.

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Inclusão social começa na escola

Apesar de as leis sobre inclusão social existirem desde 1988, foi apenas em 2015 que ocorreu a implementação da Lei nº 13.146, chamada Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI).

Segundo a lei, todas as instituições de ensino, públicas, privadas ou conveniadas, devem estar devidamente adequadas e preparadas para receber alunos com qualquer deficiência, seja ela física, mental ou cognitiva. Além disso, as escolas devem garantir todas as necessidades desses alunos durante todo o seu período de aprendizagem.

Assim também, nessa lei, estão incluídos os alunos que possuam atraso cognitivo ou portadores de transtornos que dificultam o aprendizado, como o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), o Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD) e a dislexia.

Além disso, práticas em sala de aula que estimulem o contato com as diferenças já são parte da grade curricular de várias escolas em todo o mundo.

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