Introdução alimentar: confira dicas de especialista para mandar bem

Conheça os principais cuidados que você precisa ter para fazer uma introdução alimentar adequada para o seu bebê.

Thaís Garcez | 20 de Julho de 2021 às 11:00

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Enquanto o bebê depende somente da amamentação, seja com leite materno ou não, sua alimentação está completa. Mas, com o passar do tempo, seu organismo necessita de outros nutrientes que só os alimentos podem oferecer, como o ferro, por exemplo. Nesse momento surgem as primeiras dúvidas sobre introdução alimentar.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria, a partir dos 6 meses é o momento ideal para incluir novos alimentos nas refeições dos bebês. Mas nem sempre essa é uma tarefa fácil. Afinal, o que eles podem ou não comer? E o que fazer quando eles não aceitam os alimentos?

Essas e outras dúvidas são muito comuns e podem deixar os pais sem saber o que fazer. Mas não precisa se desesperar. Com as orientações adequadas, essa fase poderá ser mais tranquila do que parece.

Primeiros passos da introdução alimentar

Deixar que o bebê veja e conhecça os alimentos também faz parte da educação e da introdução alimentar. (Imagem: gpointstudio/iStock)

Uma nova rotina familiar precisa ser estabelecida com a introdução alimentar, pois a amamentação em livre demanda não será mais suficiente. Nesse momento, um novo cardápio entra em cena, e as incertezas podem surgir em cadeia. Então, para facilitar esse processo, nada melhor do que ter as informações corretas.

Uma orientação adequada com o pediatra ou nutricionista infantil é indispensável. Cada criança é única, e suas demandas podem ser diferentes. Porém, existem alguns cuidados que se estendem a todos, como o uso de sal e açúcar. Para a utilização desses ingredientes é recomendado esperar até os dois anos.

Depois de 2 ano de idade, pode-se usar mel, se for necessário, e a menor quantidade de sal possível. Como os bebês não conhecem o sabor, não sentirão falta. O importante é variar nas opções de frutas, legumes, verduras e proteínas oferecidas para que eles formem um paladar amplo.

A importância da escolha dos alimentos

Até que o paladar do bebê se forme, é preciso paciência para que ele conheça todos os sabores. (Imagem: Demianastur/iStock)

Um dos principais cuidados que você precisa ter ao montar o prato do seu bebê é escolher alimentos de grupos alimentares diferentes; ou seja, proteína, hortaliças, tubérculos, grãos, leguminosas e frutas. Segundo a pediatra Thatiana Peixoto, “deve-se ofertar uma alimentação variada e rica em nutrientes, tanto macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) como micronutrientes (vitaminas, ferro e zinco)”.

Mas para isso é necessário conhecer melhor cada grupo para montar refeições completas, com cores variadas. Além disso, é fundamental evitar ao máximo alimentos industrializados, como papinhas e iogurtes. Quanto mais saudável a alimentação nessa fase, melhor.

“Hoje em dia, de uma maneira geral, as pessoas estão muito mais preocupadas com a saúde, com a alimentação, buscando uma vida mais saudável. Então, por que não começar a introdução alimentar das crianças também de maneira correta?”, analisa Dra. Thatiana.

Outra dica é evitar comer alimentos que não sejam apropriados para os bebês na frente deles. Assim, não gera curiosidade e mantém-se uma alimentação adequada por muito mais tempo. Sem dúvida, é difícil, mas ao não deixar que seu filho coma doces e outros alimentos industrializados você evitará problemas de saúde, como um desconforto abdominal e até uma intoxicação alimentar.

Técnicas que ajudam na hora de comer

O método BLW é uma das técnicas que podem ajudar seu bebê a começar a comer novos alimentos. (Imagem: M-image/iStock)

Fazer com que o bebê de adapte à mastigação dos alimentos requer paciência. Atualmente, existem várias técnicas que podem ajudar nesse processo. Além da tradicional papinha, os pais podem oferecer os alimentos in natura para a experimentação dos bebês. O famoso método BLW.

Porém, é necessário entender que a aceitação não será imediata. Como afirma a pediatra, “a primeira coisa que os pais têm de saber é que a recusa alimentar é muito comum nas primeiras semanas da introdução alimentar. Por isso, eles devem oferecer o mesmo alimento de 8 a 10 vezes, devido à adaptação das papilas gustativas”.

Durante esse processo, também é preciso estar atento às reações do bebê a cada alimento. Ou seja, avaliar se mesmo após as diversas tentativas ele realmente não aceita certas comidas. Afinal, as crianças também possuem suas preferências. Desse modo, ir montando o cardápio ideal.

Quanto ao método mais eficaz, dependerá da dinâmica familiar de cada um. Como a Dra. Thatiana orienta, “a família deve avaliar, juntamente com o pediatra, qual método se encaixa melhor para o seu filho”. Se a papinha for a única solução disponível, vale a pena prepará-la com alimentos frescos, por exemplo. Caso seja possível inserir o método BLW na rotina, fique atento ao tamanho dos alimentos para não causar engasgos.

De todo modo, é importante compreender que esse é um processo lento. É preciso avaliar constantemente a receptividade do bebê aos alimentos e ir se adaptando à realidade. Além disso, buscar sempre oferecer a mais variada quantidade de nutrientes para que ele cresça saudável.