Leucoplasia: entenda o diagnóstico do presidente Lula

A leucoplasia é uma doença que tem tratamento e é mais comum em homens com idade entre 40 e 60 anos de idade.

Redação | 14 de Novembro de 2022 às 17:00

Sergio Dutti/Flickr -

Após exames realizados no último sábado (12) no Hospital Sírio Libanês, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, comunicou através de sua assessoria que os seus exames de rotina apontaram “alterações inflamatórias decorrentes do esforço vocal e pequena área de leucoplasia na laringe“.

Com o diagnóstico, a possibilidade de que o câncer de laringe tratado por Lula em 2011 tivesse voltado foi descartada. A equipe médica destacou que o quadro do presidente está relacionado com o excesso de esforço que Lula fez durante a campanha presidencial.

A leucoplasia é uma doença que tem tratamento e é mais comum em homens com idade entre 40 e 60 anos de idade. Trata-se de uma doença potencialmente maligna e que pode evoluir ou ser um sinal de câncer de boca e garganta ou algum outro problema de saúde. Sendo assim, é muito importante realizar o tratamento com o acompanhamento de um profissional qualificado.

Leia também: 9 cuidados para manter a higiene bucal em dia

Embora haja um risco que a doença de Lula evolua para um câncer, especialistas apontam que a possibilidade disso acontecer é muito baixa. Segundo estatísticas, menos de 20% dos casos de leucoplasia evoluem para câncer quando tratados corretamente.

O que é leucoplasia?

A leucoplasia é uma doença que apresenta manchas ou lesões endurecidas e brancas dentro da boca. No geral, elas ocorrem na região das bochechas e/ou gengivas. No entanto, essas lesões também podem afetar as pregas vocais e outras regiões da laringe, como no caso de Lula.

As manchas podem apresentar aspectos variados, possuindo uma tonalidade que transita entre o branco e o cinza e com bordas que podem ser grossas ou elevadas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda que grande parte dos diagnósticos de leucoplasia sejam benignos, é preciso ficar atento, pois o quadro pode evoluir para um câncer bucal. Mas, caso você tenha sido diagnosticado com a doença, não é preciso se desesperar, menos de 20% dos casos evoluem para um câncer quando realizado o tratamento adequado.

O que provoca a leucoplasia?

As causas para a leucoplasia são diversas. Porém, algumas são mais comuns do que outras. O uso de cigarro, por exemplo, é uma das causas comuns, mas há outras, como:

Embora seja mais rara, existe um tipo de leucoplasia chamada de leucoplasia pilosa que é causada pela infecção do vírus Epstein-Barr. 

Quais são os principais sintomas?

São possíveis sinais da doença o surgimento repentino de múltiplas lesões na boca. Fora isso, também há o surgimento de manchas brancas ou cinzas, irregularidades na parte interna da boca ou aparecimento de textura estranha. Ademais, podem aparecer manchas ou pequenas lesões avermelhadas.

Veja a seguir a lista com os principais sintomas de leucoplasia:

Ao notar o surgimento de um ou mais sintomas, é imprescindível que você procure ajuda médica para que seja efetuado o diagnóstico correto. Afinal, somente com um diagnóstico preciso e acompanhamento médico é que será possível chegar ao tratamento adequado.

Quais são os tipos de leucoplasia?

(Imagem: Inside Creative House/iStock) Dentista avaliando quadro de leucoplasia.

Agora que você já sabe o que é leucoplasia e conhece os principais sintomas, é importante esclarecer que a doença pode ser classificada em dois subtipos dependendo das características das manchas: leucoplasia homogênea e não homogênea.

A leucoplasia homogênea é aquela que apresenta placas similares na cor branca, planas e finas. Enquanto a não homogênea apresenta manchas vermelhas, salpicadas, nodulares ou verrucosas.

Leia também: Métodos naturais para tratar problemas de saúde bucal

A leucoplasia também pode ser dividida em dois tipos: leucoplasia verrucosa proliferativa e leucoplasia pilosa.

A leucoplasia verrucosa proliferativa é caracterizada pelo surgimento de diversas lesões. O que a diferencia, é sua resistência ao tratamento e o alto potencial de transformação maligna. Na maioria dos casos, ocorre na gengiva.

A leucoplasia pilosa geralmente acomete pessoas com o sistema imunológico debilitado. Neste tipo, as manchas brancas apresentam aparência capilar. Sendo assim, elas correm o risco de serem confundidas com candidíase oral.

Este tipo de leucoplasia, é consequência de infecções derivadas do vírus Epstein-Barr (VEB), que pode permanecer no organismo humano de forma vitalícia. No entanto, embora o vírus possa permanecer inativo após a primeira infecção, ele pode se manifestar novamente por causa de algum enfraquecimento no sistema imunológico.

Pessoas portadoras do HIV possuem maior tendência a apresentarem o desenvolvimento deste tipo de leucoplasia. Assim, em pessoas infectadas pelo HIV, a leucoplasia pilosa pode indicar que o vírus está se espalhando ou então que a terapia antirretroviral está perdendo sua eficácia.

Vale destacar também, que diferente da leucoplasia, a leucoplasia pilosa não tem o risco de levar ao câncer. Todavia, pode ser um indício de HIV ou AIDS. Sendo assim, ao sinal de qualquer sintoma, é importante buscar um médico especialista.

Como é feito o tratamento?

Antes de entendermos o tratamento, é preciso saber como acontece o diagnóstico. Sendo assim, vale ressaltar que é bem possível que antes de iniciar o tratamento o seu médico irá passar uma bateria de exames. Entre eles, estão:

Realizado o diagnóstico, é iniciada a etapa de tratamento. O tratamento para leucoplasia irá variar de acordo com as características das placas, manchas e causas.

Nos casos em que a leucoplasia está relacionada a um vírus pode ser indicado o uso de medicamentos antivirais. Em outros casos, será recomendado o uso de medicamentos que serão aplicados diretamente nas placas.

Caso você esteja apresentando algum dos sintomas mencionados, vá em busca de um dentista ou clínico geral. Nunca é demais lembrar que, somente um diagnóstico médico profissional conduz ao tratamento mais indicado para cada caso.


ATENÇÃO!

Esta matéria tem caráter informativo e não substitui a consulta médica especializada. Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico.