Semaglutida pode ser usada para emagrecer? Veja o que se sabe

A semaglutida chegou ao Brasil em 2020 com o objetivo de tratar diabetes do tipo 2, mas auxiliar na emagrecimento. No entanto, é preciso

Letícia Taets | 14 de Fevereiro de 2021 às 17:30

AndreaObzerova/iStock -

No dia 10 de fevereiro, o The New England Journal of Medicine publicou um estudo no qual aponta que o consumo semanal de 2.4 mg do princípio ativo semaglutida pode auxiliar no processo de emagrecimento de pessoas obesas, juntamente com a adoção de mudanças no estilo de vida.

A semaglutida é um medicamento usado principalmente por pessoas com diabetes do tipo 2, que, entre outras funções, aumenta a secreção de insulina. Comercialmente, é vendido como Ozempic e chegou ao Brasil em 2019. 

Imagem: krisda Bisalyaputra/iStock

No estudo, foram testados 1961 adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30, isto é, clinicamente obesos. No grupo experimental, ou seja, o grupo que recebeu a semaglutida em vez do placebo, foi relatada uma redução de até 15% do peso corporal inicial ao fim de 68 semanas. Como efeitos adversos, foram relatados principalmente náusea e diarreia.

De acordo com outros estudiosos da obesidade, a semaglutida pode representar uma verdadeira revolução no tratamento da doença, especialmente por apresentar poucos efeitos colaterais quando comparado a outros remédios para emagrecimento.

No entanto, é importante ressaltar que a semaglutida ainda não foi liberada pela Anvisa como um remédio para emagrecimento, sendo necessários mais estudos para que seu uso com este fim seja avalizado.

Imagem: x-reflenaja/iStock

Outra questão importante a ser mencionada é a do risco de efeito sanfona. Caso o medicamento seja tomado como uma atitude isolada, sem mudanças de hábito como o da prática de exercícios físicos e o da alimentação saudável, é possível que a pessoa engorde todos os quilos que perdeu assim que suspender o uso da medicação. 

Há ainda o risco da automedicação, caso o paciente decida tomar a semaglutida para emagrecer sem consultar um profissional de saúde e sem prescrição médica. É possível que o paciente tenha vômitos, enjoos e alterações intestinais e sofra de efeito sanfona, como mencionado anteriormente no texto.