Síndrome do impostor: confira dicas para controlar esse problema

Você já ouviu falar na Síndrome do Impostor? Medo de exposição, autossabotagem e comparação com outras pessoas são algumas características.

Julia Monsores | 23 de Junho de 2021 às 15:00

Ok Sotnykova/iStock -

Você já ouviu falar na síndrome do impostor? Medo de exposição, autossabotagem, comparação com outras pessoas, querer agradar todo mundo e procrastinação são os principais comportamentos que acometem as pessoas que possuem a síndrome, e acabam, consequentemente, tendo o seu desenvolvimento profissional e pessoal afetado.

Apesar de a síndrome não ser considerada um transtorno psiquiátrico pela Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo dados de uma pesquisa realizada pela Universidade de Salzburg, na Áustria, aproximadamente 70% da população já vivenciou esse problema pelo menos uma vez na vida. Assim, trata-se de um problema que pode comprometer jornadas educacionais e profissionais, caso não seja controlado.

“É comum notarmos maior ansiedade e uma sensação de medo, às vezes paralisante, perante os desafios profissionais, por exemplo. A síndrome do impostor faz com que as pessoas se sintam incapazes de aceitar a própria trajetória, o próprio sucesso, porque quem a tem acredita que somente conquistou aquele espaço porque ‘enganou’ alguém”, explica a psicóloga Dayanna Siqueira, que atende no Rio de Janeiro.

Síndrome do impostor: sensação de insuficiência constante

As consequências das aflições geradas pela síndrome do impostor podem ser debilitantes. (Imagem: Nuthawut Somsuk/iStock)

A sensação de não ser suficiente faz com que as pessoas tentem forçar características e competências que não lhes são naturais e que não fazem parte de sua essência.

“A síndrome do impostor faz a gente viver uma vida de mentira e, na maioria das vezes, a gente começa a fingir alguns comportamentos, para as pessoas não descobrirem nossas vulnerabilidades e nossas fraquezas”, explica Fernanda Gazal, especialista em consultoria de imagem, marketing de moda, body language e comunicação.

“Esse comportamento faz com que as pessoas nessa condição não aceitem que as amem, respeitem e elogiem. Quando recebem esse tipo de afeto, pensam que as pessoas estão fazendo isso pela imagem que elas criaram e pelo o que elas fingem ser, não pelo o que elas são de verdade”, completa. 

Se você se identificou e acredita que está vivendo a síndrome do impostor, existem algumas dicas que podem ajudar você a lidar com esses problemas e a controlar esse sentimento angustiante, para que não seja mais um fator paralisante na sua rotina.

A especialista Fernanda Gazal lista abaixo alguns passos e tarefas práticas que podem ser seguidos para te auxiliar nesse processo. Confira: 

1. Encare a realidade dos fatos

Coloque o pé no chão e enxergue o que de fato é real. Cenários irreais são criados, fazendo com que as pessoas se percam dentro deles. Saiba separar o que é imaginação e o que é realidade no medo que está sentindo.

“Seja mais prático ao pensar nos possíveis riscos e desafios que pode enfrentar para conseguir o que quer. E da mesma forma que consegue compreender o que pode não dar certo, considere todas as possibilidades incríveis e positivas que também podem acontecer quando você faz o que sabe que precisa ser feito. Entenda que é natural, pois ninguém começa nada novo superconfiante e seguro, isso é algo que vem com a prática e a consistência. E, se você se permitir passar por esse processo, cedo ou tarde chegará aos resultados que almeja”, ressalta Fernanda.

2. Saiba quais são as suas competências e reconheça os seus pontos fortes

Quando você se pegar paralisado em algum desafio, percebendo esse sentimento de sabotagem, faça duas listas. Uma com o que você realmente sente que tem domínio, experiência, conhecimento e competência, e outra com o que realmente não sabe ou não domina.

“Com isso, você perceberá claramente quais são as áreas em que você tem credibilidade. Dessa forma, terá menos insegurança para compartilhar os seus conhecimentos com outras pessoas e a sua visão sobre o assunto. Sua base está no que você estudou, construiu e viveu durante a sua trajetória”, aconselha a consultora.   

3. Eleve sua percepção de contribuição

Tenha claro que o que você faz auxilia, sim, as outras pessoas de algum modo, seja por meio do seu trabalho, das suas ações pessoais ou da sua fala.

“Quando você deixa de fazer alguma coisa que você sabe que é necessária, você está fazendo um desserviço, agindo através do seu ego. Porque, em vez de pensar como isso impactaria as outras pessoas, como isso ajudaria outras pessoas, está pensando nos próprios medos e inseguranças”, afirma a especialista.  

4. Aceite elogios

Uma dica que parece muito simples na teoria, pode ser difícil de aplicar na vida real. Aprenda a aceitar e a internalizar os elogios. Não diga apenas obrigado, ouça de verdade e deixe que o comentário positivo se integre à sua vida.

“Quando a gente recebe uma crítica, automaticamente já internalizamos isso e começamos a pensar em mudanças para reverter a situação. Faça o mesmo com os elogios, absorva os comentários bons e use-os para te fortalecer no dia a dia”, finaliza Fernanda.