Gordura no fígado: a culpa não é só da bebida

A gordura no fígado que antes estava ligada principalmente à bebida alcoólica, hoje está relacionada também à obesidade e ao diabetes.

Redação | 1 de Julho de 2018 às 10:20

Dr_Microbe/iStock -

Não podemos mais pôr a culpa somente na bebida. Cerca de um terço da população dos países desenvolvidos apresenta acúmulo de gordura no fígado, doença que, até algumas décadas atrás, acometia principalmente quem bebia em excesso. Mas hoje os casos ligados à obesidade e ao diabetes são mais numerosos do que os relacionados ao álcool.

Esteatose hepática

A princípio, sem complicações, um caso de esteatose hepática não alcoólica é relativamente inofensivo; quando há sintomas, os principais são fadiga e desconforto digestivo. No entanto, de 5% a 20% dos casos evoluem para uma inflamação do fígado, a chamada esteato-hepatite não alcoólica. A esteato-hepatite aumenta o risco de cirrose (cicatrizes graves), câncer de fígado e outros problemas potencialmente fatais. Se e quando a esteatose hepática provoca uma cascata de danos, “o avanço para a doença terminal costuma levar uma década”, diz o Dr. Andreas Geier, chefe de hepatologia do Hospital Universitário de Würzburg, na Alemanha.

Reduza seu peso

Suponha que seu médico tenha diagnosticado a esteatose hepática não alcoólica depois de um exame de sangue, uma tomografia ou uma biópsia do fígado. E agora, o que fazer? Não há medicamentos confiáveis para essa doença, mas emagrecer ajudará a retardar ou interromper seu avanço. Busque um ritmo moderado: perder mais do que meio a um quilo por semana pode agravar a doença, de acordo com uma cartilha para pacientes da revista American Family Physician. Se você já tentou emagrecer e não conseguiu, peça ajuda a um médico ou nutricionista. O risco de esteatose hepática não alcoólica aumenta com mais de 102 cm de circunferência  em homens e 88 cm em mulheres. 

Se para você é difícil manter um peso saudável, saiba como lidar com a questão. 

Reduza o consumo de bebida alcoólica

Embora a bebida não seja a causa da esteatose não alcoólica, ela exige mais do fígado. Para quem tem a doença, é melhor evitar. Se, para você, tornar-se abstêmio não for realista, ao menos reduza o consumo o máximo possível.

Para acompanhar o desempenho do fígado, o Dr. Geier sugere consultar o médico de dois em dois anos, mais ou menos. A não ser que haja esteato-hepatite, quando seria melhor fazer consultas semestrais. Felizmente a probabilidade de manter a esteatose sob controle, sobretudo se você conservar o peso saudável, está a seu favor. De certo modo, a esteatose é um sinal de que uma mudança de rumo e de hábitos é necessária e poderá, principalmente, ajudá-lo a evitar problemas mais graves no futuro.

Mantenha o limite de três taças
Um estudo de 2011 no Reino Unido estimou que 6% dos cânceres de mama nas mulheres estavam diretamente ligados à ingestão de álcool em excesso. Uma ingestão diária de mais de três unidades de álcool (o equivalente a três taças pequenas de vinho) pode aumentar significativamente o risco. A mensagem é clara: mantenha sua bebida ao mínimo. Certifique-se de reservar pelo menos dois dias na semana sem álcool. Não apenas o fígado e a mama agradecem, mas o corpo inteiro, pois ele está envolvido no processo.

Veja aqui o que temos a dizer sobre a quantidade de álcool aceitável.