A síndrome do olho seco é um efeito comum do envelhecimento, principalmente em mulheres. Mas também pode ser causada por algumas doenças.
Iana Faini e atualizado por Carol Ávila | 29 de Setembro de 2019 às 12:00
As lágrimas são a primeira linha de defesa dos olhos contra infecções e lesões causadas por poeira e partículas aéreas. Cada vez que você pisca, uma nova camada dessa umidade (uma mistura de água, gordura e muco) rola pela superfície dos olhos. Mas, se as lágrimas evaporarem rápido demais ou não forem renovadas com a devida frequência, os olhos começarão a secar e trazer uma série de incômodos. Essa condição é o que os oftalmologistas chamam de síndrome do olho seco.
A Síndrome do Olho Seco (SOS) é uma condição oftalmológica comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. O principal sintoma é sensação de picada, queimação ou coceira nos olhos. A síndrome do olho seco também pode apresentar outros sintomas como:
A síndrome do olho seco é um efeito comum do envelhecimento, principalmente em mulheres, por alterações hormonais na menopausa. Mas o incômodo também pode ser causado por problemas de visão que interferem no pestanejar ou na produção lacrimal; alguns medicamentos como anti-histamínicos, diuréticos, anticoncepcionais e antidepressivos tricíclicos; e exposição ao ar seco, como o do ar condicionado.
Em alguns caso, o olho seco também pode ser resultado de doenças como diabetes, artrite reumatoide, lúpus, esclerodermia e síndrome de Sjögren. Por isso, consultar um oftalmologista é fundamental para obter o diagnóstico correto
O número de vezes que se pisca cai da média de 17 a 22 por minuto para apenas 4 quando se está fazendo qualquer coisa que requeira intensa concentração visual. Em um estudo, pessoas que estavam jogando no computador piscavam apenas uma vez a cada 2 ou 3 minutos!
Manter os olhos bem abertos faz com que a película de proteção da lágrima evapore. Para proteger os olhos, lembre-se de piscar sempre que virar uma página do livro ou verificar o retrovisor ao dirigir (o que deve ser feito diversas vezes a cada minuto). Se estiver no computador, experimente a regra 20-20: relaxe os olhos por 20 segundos a cada 20 minutos. Olhe por uma janela aberta ou para algo a distância e pisque.
Erguer o olhar para ler as linhas na parte superior da tela pode duplicar as chances de você ter olhos secos. O motivo: ao olhar para cima, a superfície dos olhos fica mais exposta ao ar. Quando se lê um livro, porém, a tendência é olhar para baixo. Esse movimento fecha parcialmente os olhos. Eleve a cadeira ou abaixe o monitor de modo que você consiga visualizar o terço superior da tela enquanto mantém o olhar reto.
Pesquisadores do Women's Brigham Hospital, em Boston, supervisionaram a dieta e a saúde ocular de quase 32.500 mulheres e descobriram que as que ingeriam mais gorduras boas corriam o menor risco de ter olho seco. Na verdade, as que comiam atum pelo menos cinco ou seis vezes por semana foram 68% menos propensas a ter o problema do que as que não chegavam a consumir uma porção semanal de atum ou outras fontes ricas em ácidos graxos ômega-3.
Procure consumir ácidos graxos ômega-3 de fontes variadas: salmão, linguado, sardinha e arenque, assim como linhaça e óleo de linhaça, soja, sementes de abóbora e nozes.
Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Wisconsin verificaram os hábitos e a saúde ocular de milhares de pessoas e descobriram que os fumantes corriam 82% mais risco de ter a síndrome do olho seco do que os não fumantes.
Tudo isso pode causar olho seco. Pessoas com rosácea têm 50% de chance de desenvolver rosácea ocular, que pode causar olho seco, terçóis frequentes e a sensação de que há um corpo estranho nos olhos. Consulte um oftalmologista caso você tenha ardência ou inflamação nos olhos.
Ele também pode tratar a blefarite (inflamação nas pálpebras), assim como as pálpebras que enrolam para fora ou para dentro, mais frequentes com o envelhecimento. Os dois problemas podem mudar a forma como você pisca e impedir que as lágrimas se espalhem por todo o olho.
Caso seja receitado pelo o oftalmologista, tenha sempre à mão colírios lubrificantes para ocasiões em que você estará exposto a ambientes com ar condicionado, aquecedores, ou mesmo em um carro, avião, em regiões desérticas, ou qualquer outro lugar de ar muito seco.
Os especialistas recomendam um colírio sem conservante (lágrima artificial) se você for usá-lo mais de quatro ou seis vezes ao dia, por mais de dois ou três dias. Caso contrário, seus olhos poderão inflamar por causa da sensibilidade ao conservante.