“O que me move é uma eterna gratidão”, revela Letícia Sabatella

No ar em "Nos tempos do imperador" e na reprise de "O clone", a atriz Letícia Sabatella conta como foi dar vida a personagens emblemáticas.

Márcio Gomes | 20 de Outubro de 2021 às 16:30

Globo/Camilla Maia -

Desde que estrou no mundo dos folhetins, na trama de “O Dono do Mundo”, em 1991, Letícia Sabatella não parou mais de colecionar sucessos com personagens de destaques. De volta à TV com a trama inédita “Nos Tempos do Imperador”, dando vida à Teresa Cristina, e na reprise de “O Clone”, na qual interpreta Latiffa, a atriz conta que vive um momento especial da carreira.

“Eu tive o privilégio de fazer grandes personagens e em tramas lindas como “Tempo de Amar” e “Órfãos da Terra”. Agora, dando vida à Imperatriz Teresa Cristina, tudo tem sido uma grande descoberta porque na história ela foi uma mulher tão silenciada. Acho que é um momento especial falar sobre isso. Cada vez mais, a gente vai se aprofundando e ficando com mais agilidade emocional, mental e com mais experiência de vida. Eu tenho muita gratidão, o que me move é uma eterna gratidão”, explica.

Feliz da vida com o trabalho realizado na novela de Gloria Perez, Letícia afirma que um dos maiores desafios que enfrentou na época foi o de entender o alcorão e aprender a dança do ventre.

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“A Latiffa tinha uma alma libertária, mas vivia aquele amor idealizado, romântico. E se apaixonou por Mohamed (Antonio Calloni). Um dos maiores desafios para dar vida à personagem foi o de ter que aprender a dança do ventre e entender o alcorão… Tive cuidado para não deixar a personagem ficar caricata. O ‘inshalá’ (Deus queira), eu tomava muito cuidado quando falava para não o transformar em um bordão vazio. Quando fui ao Marrocos, percebi que quando você fala ‘alá’, isso é do fundo da alma. Pedi muita, muita inspiração a Deus. Acho que esse era o desafio: tratar tudo com delicadeza”, diz.

Take a breath

Empolgada com o trabalho em “O Clone”, na época, a atriz chegou a gravar um CD com poemas ao lado do cantor Marcus Viana, que compôs algumas músicas da trilha sonora da novela.

“Ele me chamou para gravarmos o livro dos poemas místicos do Oriente e até hoje as pessoas me agradecem por esse CD. Muitos ouvem, meditam e dormem escutando o CD”, conta Letícia Sabatella.

Além do sucesso com a audiência, algo que também marcou o folhetim foram os figurinos. Letícia conta que chegou a emprestar lenços para compor o universo da mulçumana e guardou como lembrança da trama uma peça especial (e atemporal).

“Eu levei para a novela algumas peças como lenços que comprei durante a viagem para o Marrocos e fiquei com um vestido preto de um brechó. Além disso, a Daniela Escobar me deu um vestido muito bonito. Emprestei também algumas das minhas joias artesanais para a Eliane Giardini compor o figurino da Nazira. Na época, a gente fazia umas trocas entre o elenco (risos)”, entrega a atriz, que chegou ser reconhecida nas ruas da Rússia por conta do trabalho em “O Clone”.

“As pessoas aprenderam a falar português na Rússia por causa da novela. Eu tenho seguidores russos até hoje e, inclusive, já recebi presentes deles. Mas isso não aconteceu só na Rússia. Essa novela foi um fenômeno. A Gloria Perez segue a tradição das nossas grandes autoras, como Janete Clair. A criatividade dela é incrível”, afirma a atriz.


Mãe de Clara, fruto do relacionamento com o ex-marido Ângelo Antônio, Letícia Sabatella tem trabalhos reconhecidos na televisão, teatro e cinema. A atriz já foi indicada e venceu diversas premiações. Atualmente, está namorando o ator Daniel Dantas, com quem tem um compromisso desde abril de 2019.